
Papa Francisco durante uma visita à prisão de Civitavecchia, na Quinta-feira Santa de 2021. Foto © Vatican Media.
O Papa “está a enviar uma carta a todos os chefes de Estado, convidando-os a fazer um gesto de clemência para com os nossos irmãos e irmãs privados de liberdade que considerem aptos a beneficiar desta medida”, avançou Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, em nota enviada aos jornalistas esta segunda-feira, 12 de dezembro.
Francisco considera que a amnistia seria um sinal positivo “para que este tempo marcado por tensões, injustiças e conflitos, possa abrir-se à graça que vem do Senhor”, particularmente no Natal.
O mesmo pedido já tinha sido feito em 2000, o ano do Grande Jubileu, por João Paulo II, que na altura foi visitar a prisão Regina Coeli de Roma, e em nome de Jesus “preso, escarnecido, julgado e condenado” pediu às “autoridades competentes” a redução da pena para permitir que os detidos encontrassem uma nova vida na sociedade quando saíssem da prisão.
Este pedido foi reiterado por João Paulo II novamente a 14 de novembro de 2002 aos senadores e deputados reunidos durante uma visita ao Parlamento italiano.
Francisco, que tem visitado com frequência estabelecimentos prisionais, inclusive durante as suas viagens apostólicas, segue os passos do seu antecessor. Já em 2016, Ano Santo da Misericórdia, por ocasião do Jubileu dos Presos, a 6 de novembro, após celebrar a missa na basílica de São Pedro com os prisioneiros, o Papa exortou os governos a terem “um ato de clemência” para com eles, lançando um apelo a favor da melhoria das condições de vida nas prisões do mundo inteiro, “para que a dignidade humana dos presos seja plenamente respeitada” e reiterando “a importância de refletir sobre a necessidade de uma justiça penal que não seja exclusivamente punitiva, mas aberta à esperança e à perspetiva de reintegração do infrator na sociedade”.