
Praça de S. Pedro, multidão Ângelus. Foto © Vatican Media
O Papa Francisco pediu hoje desculpa aos fiéis da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul pelo adiamento da viagem a esse país, prevista de 2 a 7 de julho próximos, por decisão médica. “Com grande mágoa, por causa dos problemas na perna, tive de adiar a minha visita aos vossos países, programada para os primeiros dias de julho”, referiu, após a recitação do Ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
Francisco fez esta declaração pública dois dias após o anúncio da decisão, feita num comunicado do Vaticano. “Sinto, verdadeiramente, um grande desgosto pelo adiamento desta viagem, à qual dou enorme importância. Peço-vos desculpa, por isto”, acrescentou.
O Papa tem sido afetado por problemas num joelho que, nas últimas semanas, o obrigaram a deslocar-se habitualmente numa cadeira de rodas. “Rezemos juntos, para quem com a ajuda de Deus e dos cuidados médicos, vos possa visitar o mais rapidamente possível”, pediu.
Não há ainda indicações do tempo de recuperação que o Papa necessitará, pelo que não é possível prever quando será esta viagem e o que acontecerá com as viagens que estão planeadas, como a viagem ao Canadá, prevista para o final de julho, ou mesmo ao Líbano, cuja viagem tinha sido antecipada pelo presidente do país, ou até Timor-Leste, prevista mais para o final do ano.
Depois do Angelus, o Papa assinalou hoje o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que considerou uma “chaga” da humanidade. “Empenhemo-nos todos para eliminar esta chaga, para que nenhuma criança seja privada dos seus direitos fundamentais e obrigada a trabalhar”, pediu, desde a janela do apartamento pontifício. “A realidade dos menores explorados no trabalho é dramática, interpela-nos a todos”, acrescentou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Ainda no final do Angelus, uma palavra para o conflito na Ucrânia, o Papa pediu que se mantenha a atenção da comunidade internacional perante o conflito na Ucrânia, num momento em que se caminha para o quarto mês de guerra. “Por favor, não nos habituemos a esta realidade trágica, tenhamo-la sempre no coração. Rezemos e lutemos pela paz”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.
Francisco desejou que a passagem do tempo “não arrefeça a dor e a preocupação com aquela gente martirizada”. “Está sempre vivo no meu coração o pensamento pela população da Ucrânia, atingida pela guerra”, acrescentou.