
“Sigo com atenção a situação pós-eleitoral na Bielorrússia e apelo ao diálogo, à recusa da violência e ao respeito pela justiça e o Direito”, afirmou o Papa. Foto © Vatican Media
O Papa apelou ao fim da violência da Bielorrússia, palco de uma onda de protestos contra a reeleição, que muitos consideram fraudulenta, do Presidente Alexander Lukashenko.
“O meu pensamento vai também para a cara Bielorrússia. Sigo com atenção a situação pós-eleitoral neste país e apelo ao diálogo, à recusa da violência e ao respeito pela justiça e o Direito”, afirmou, na janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do Angelus.
Lukashenko, no poder há 26 anos, é acusado pela União Europeia de fraude eleitoral e de repressão violenta das manifestações. E o arcebispo de Minsk, a capital palco de inúmeros protestos, condenou já a violência exercida sobre os manifestantes.
Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa recordou ainda “outras situações dramáticas no mundo, que causam sofrimento às pessoas”, de um modo especial o Líbano, atingido no dia 4 por violentas explosões no porto de Beirute.
O Papa evocou também o tempo de férias, fazendo votos para que “possam ser um tempo para retemperar o corpo, mas também o espírito”, através da oração, do silêncio e do “contacto com a beleza da natureza, dom de Deus”. E acrescentou: “Que isto não nos faça esquecer os problemas que existem, por causa da covid, em tantas famílias que não têm trabalho, que perderam o emprego, que não têm o que comer. Que as nossas pausas de Verão sejam acompanhadas pela caridade e proximidade com estas famílias”, acrescentou, citado pela Ecclesia.
Francisco sugeriu ainda que todos os crentes tenham sempre consigo uma edição de bolso ou uma aplicação no telemóvel com o Novo Testamento, para criar “familiaridade” com Jesus, lendo todos os dias uma passagem do Evangelho.
100 mil euros para a Zâmbia
No sábado, o Vaticano anunciara entretanto que o Papa doou 100 mil euros à Igreja na Zâmbia com o objetivo de ajudar as pessoas “com deficiências nutricionais” e com falta de alimentos.
“Dos muitos pedidos que o Papa Francisco recebeu, ele optou por responder a uma solicitação de Zâmbia. Este dinheiro será distribuído através das dioceses para alcançar os mais necessitados, especialmente aqueles que sofreram com as recentes secas e cheias”, afirmou o padre Cleophas Lungu, secretário-geral da Conferência dos Bispos Católicos de Zâmbia, noticia o Vatican News.
Em Julho, o Papa já tinha enviado para a Zâmbia, através da nunciatura, três ventiladores, milhares de máscaras e produtos de higiene, que puderam “salvar vidas”, destaca o responsável.
“A dor e o sofrimento do povo foram aliviados por este gesto de solidariedade”, sublinhou o padre Lungu.
Mais de 2,5 milhões de pessoas foram afetadas pelas secas e cheias, tendo a Organização das Nações Unidas alertado, no início do ano, para uma “crise alimentar de proporções sem precedentes” em oito países da África central e austral, incluindo a Zâmbia, onde 20% da população está em situação de grave insegurança alimentar, à qual se soma a pandemia da covid-19.