
O Vaticano anunciou esta terça-feira várias alterações na Cúria romana. Foto: Direitos reservados.
Por ter expirado o mandato dos membros do Conselho de Cardeais, o Papa Francisco acaba de renovar a constituição deste órgão, integrando purpurados das diferentes partes do mundo. Também o Instituto para as Obras de Religião (IOR), criado durante a segunda Guerra Mundial, no tempo do Papa Pio XII, foi agora remodelado, tendo em conta algumas normas constantes da nova constituição Praedicate Evangelium que reestruturou a Cúria romana.
O grupo conhecido por C9, devido ao número de membros que o constituem, passou a ter a seguinte composição de cardeais, avançou esta terça-feira, 7 de março, o Vaticano: Pietro Parolin e Vergez Alzaga, da Cúria vaticana, Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa (Congo); Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim (Índia); Seán Patrick O’Malley, arcebispo de Boston (EUA); Juan José Omella, arcebispo de Barcelona (Espanha); Gérald Lacroix, arcebispo de Québec (Canadá); Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo; e Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, Baía (Brasil).
O Conselho foi instituído por Francisco, meses depois de ter inaugurado o pontificado, tendo a primeira reunião ocorrido em outubro de 2013. O seu papel consiste em ajudar o Papa no governo da Igreja, incorporando diferentes visões e sensibilidades. Nos trabalhos de largos anos depois da entrada em funções, o C9 dedicou-se à preparação da reforma da Cúria romana, uma “encomenda” do conjunto dos cardeais na fase prévia ao último conclave que elegeu Francisco.
Os purpurados agora escolhidos terão a sua primeira reunião no Vaticano no próximo dia 24 de abril.
IOR: Banco do Vaticano tem novo estatuto
De acordo com um quirógrafo (documento autógrafo) do Papa Francisco, datado desta terça-feira, 7 de março, o também conhecido por Banco do Vaticano passou a ser dirigido por uma única pessoa, a ter uma estrutura mais simples e órgãos com funções mais claras, de forma a evitar sobreposições e repetições de competências. Como se tornou norma no governo central da Igreja, os mandatos passarão a ter a duração de cinco anos, renováveis uma só vez.
Doravante, no novo Estatuto, em vez de um órgão de direção constituído por um diretor e um vice-diretor, passar a existir apenas um diretor-geral. Para além disso, funcionarão uma Comissão Cardinalícia e um Conselho de Superintendência.
Quanto a este último órgão, ao qual compete definir a estratégia do IOR, e eleger o diretor (depois nomeado pela Comissão Cardinalícia), o quirógrafo define normas para situações de conflito de interesses.