
Manifestação de cristãos no Paquistão contra o sequestro de adolescentes destinadas a casamentos forçados. Foto © ACN-Portugal
Arzoo Raja, a jovem cristã de 13 anos sequestrada junto à sua casa em Karachi, a 13 de Outubro, será ouvida por um juiz nesta quinta-feira, 5 de Novembro, depois de um tribunal ter decretado que ela tinha de ser protegida pela polícia até lá.
O magistrado judicial ordenou ainda uma perícia médica para se determinar a idade da jovem: segundo a família, Arzoo tem 13 anos, muito menos do que os 18 anos que são o limite imposto na lei para poder casar. O sequestro de Arzoo por um muçulmano de 44 anos teria tido como objectivo obrigá-la a casar, e forçando a sua “conversão” ao islão.
Joel Amir Sohatra, antigo membro do Parlamento provincial do Punjab, disse entretanto à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), numa mensagem enviada para Lisboa, que a família da criança está também a receber várias ameaças.
Sohatra, que encabeçou manifestações de protesto em Faisalabad em que a comunidade cristã pedia a libertação não só de Arzoo mas de todas as jovens sequestradas, assegurou à Fundação AIS que “há fortes rumores de que os fanáticos estão a ameaçar” a família de Arzoo, para abandonar o processo, assegurando que a rapariga “abraçou o islão” de livre vontade.
A decisão que o juiz tomar é considerada como podendo ser relevante não só para Arzoo, mas para todos os casos de jovens oriundas de minorias religiosas sequestradas e forçadas a casar no Paquistão.
“Vamos esperar até 5 de Novembro, para ver como o tribunal vai proceder com este assunto”, escreve Joel Amir Sohatra. “As minorias religiosas estão realmente ameaçadas e enfrentam [tempos de] incerteza no Paquistão…”