Novo Vídeo do Papa

“Paremos de tornar invisíveis os que estão à margem”, pede Francisco

| 30 Ago 2023

“Como é que pudemos chegar a este nível de indiferença?”. Esta é a pergunta que Francisco lança logo no início do Vídeo do Papa do mês de setembro, no qual pede a todos que rezem “pelas pessoas que vivem à margem da sociedade, seja por motivos de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência”, e que acaba de ser divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa.

“Um sem abrigo que morre na rua nunca vai aparecer na primeira página dos navegadores da Internet ou dos noticiários”, afirma Francisco. “Como é que deixamos que a ‘cultura do descarte’, na qual milhões de homens e mulheres não valem nada em relação aos benefícios económicos, como é que deixamos que esta cultura domine as nossas vidas, as nossas cidades, o nosso modo de vida?”, insiste. E vaticina: “Vai-nos endurecer o pescoço de tanto olhar para o outro lado para não ver esta situação”.

Neste novo vídeo, as imagens que acompanham as palavras do Papa apresentam pessoas sem abrigo – sozinhas ou em pequenos grupos, às vezes quase pisadas pelos transeuntes – nos passeios do Canadá, Estados Unidos, Quénia, Camarões e Índia; crianças da rua que passam o dia a lavar os vidros dos automóveis parados nos semáforos de San Salvador; pessoas com deficiências diversas, em Espanha, nas Filipinas ou na América Central; barracas junto dos arranha-céus de Vancouver, de edifícios de Buenos Aires ou do Rio de Janeiro, procurando tornar visíveis “os esquecidos pela Comunicação Social”.

De acordo com dados das Nações Unidas, citados pela Rede Mundial de Oração do Papa, mais de 700 milhões de pessoas, 10% da população mundial, vivem em situação de pobreza extrema, com dificuldade para satisfazer as necessidades mais básicas, como a saúde, a educação e o acesso a água e saneamento. Também segundo a ONU, cerca de 1.600 milhões de pessoas vivem em condições precárias de habitação. Dados da Organização Mundial da Saúde revelam, ainda, que uma em cada oito pessoas no mundo apresenta sintomas de algum tipo de “problema mental”, e que 16% da população mundial tem uma “deficiência significativa”.

“Concentremo-nos no acolhimento”, pede, por isso, o Papa. “Em acolher todas as pessoas que precisam. A ‘cultura do acolhimento’, de receber, de dar um teto, de dar um abrigo, de dar amor, de dar calor humano”. E pede, em particular, aos crentes que se mobilizem, através da oração, “para que as pessoas que vivem à margem da sociedade, em condições de vida desumanas, não sejam esquecidas pelas instituições e jamais sejam descartadas”.

 

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