
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, com Isabel do Carmo, Evelina Ungureanu, Jorge Wemans e Álvaro Laborinho Lúcio, membros da comissão promotora da Jornada de Memória e Esperança. Foto © AR
A Assembleia da República (AR) manifestou o seu apreço pela Jornada de Memória e Esperança, que decorre neste fim-de-semana em todo o país, através de um voto de solidariedade com as vítimas de covid-19 e com as pessoas afectadas pela pandemia, bem como com todos os que ajudaram no seu combate, com destaque para os profissionais de saúde.
“A Assembleia da República, reunida em Sessão Plenária, presta homenagem a todas as vítimas da covid-19 e transmite a sua solidariedade a todos quantos foram afectados pelas suas consequências”, diz o texto.
Ao mesmo tempo, o voto aprovado, que foi proposto pelo presidente da AR, Eduardo Ferro Rodrigues, reconhece “em simultâneo, e no quadro da ‘Jornada de Memória e Esperança’, o esforço, a dedicação e o profissionalismo de todos os envolvidos no combate à pandemia, muito em especial os profissionais de saúde, sem os quais não teria sido possível minorar o sofrimento e a dor de tantos, nem contrariar os seus efeitos mais nefastos”.
O voto foi aprovado por unanimidade, depois de todos os partidos e também as duas deputadas não inscritas terem tido oportunidade de se pronunciarem sobre o seu conteúdo ou as realidades a que ele dizia respeito.
Nesse debate, várias intervenções destacaram a importância do Serviço Nacional de Saúde e da memória de quem morreu, mas também de afirmar a esperança numa sociedade mais justa e solidária.
No texto aprovado, refere-se ainda que Portugal é “orgulhosamente o país do mundo com os mais elevados níveis de vacinação” contra a covid-19, facto permitido pelo empenho dos portugueses “nos mais diversos planos de actuação e intervenção, que deram o seu melhor e o melhor de si”.
Apesar disso, acrescenta o texto, “a pandemia não foi ainda ultrapassada” e está ainda muito por “fazer, nomeadamente quanto à democratização da vacina pelo mundo, conforme tem alertado o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o que permitirá salvar vidas, minorar o sofrimento e evitar o surgimento de novas variantes do vírus”.
Foi o “esforço colectivo” que se verificou no combate à pandemia que também esteve na origem da Jornada de Memória e Esperança, que pretende “homenagear as vítimas da pandemia – directamente afetadas pela doença, mas, também, pelo medo e a solidão que causou – e promover uma reflexão conjunta sobre a forma como foi enfrentada e combatida”.
Sinos, silêncio e o Presidente a plantar a Árvore da Memória

A Jornada é uma iniciativa de um grupo de 100 cidadãos, aos quais se associou o Presidente da República com o seu alto patrocínio, e que pretende fazer memória das vítimas e de quem sofreu ou sofre ainda com a pandemia, homenagear todos os sectores que estiveram na linha da frente para que a vida prosseguisse e, ao mesmo tempo, manifestar ou reflectir a esperança numa sociedade mais inclusiva.
No Parlamento, estiveram quatro representantes da comissão promotora: o juiz conselheiro jubilado Álvaro Laborinho Lúcio, a médica Isabel do Carmo, o jornalista Jorge Wemans e a estudante de Comunicação Evelina Ungureanu.
Depois de esta sexta-feira, 22, se terem realizado dezenas de iniciativas por todo o país, a Jornada continua neste sábado com várias realizações que podem ser consultadas, por distritos, na respectiva página digital.
Uma das mais relevantes é o toque dos sinos em todas as igrejas de várias dioceses portuguesas: Braga, Bragança, Lisboa, Santarém, Vila Real são algumas das que disseram que iriam aderir a este gesto, tocando os sinos ao meio-dia deste sábado, o que acontecerá também, num gesto raro, no Santuário de Fátima.
Em várias comunidades de diferentes igrejas e religiões a Jornada será também evocada. No domingo, a comissão promotora da iniciativa propôs que às 14 horas, cada pessoa, independentemente do lugar onde esteja, possa fazer um minuto de silêncio em memória das vítimas da pandemia e em reflexão sobre uma sociedade mais solidária.
Também no domingo, às 11h, no Rossio, em Lisboa, as bandas da Força Aérea e da Armada tocarão em homenagem às vítimas da pandemia e pela esperança num país mais justo, mais fraterno e mais marcado pela igualdade.
Às 16h, o jardim diante do pavilhão 1 do Estádio Universitário de Lisboa será o cenário para plantar a Árvore da Esperança, assinalando o local onde funcionou o hospital de campanha e um centro de vacinação contra a covid-19. Logo a seguir, a partir das 17h, nos jardins da entrada principal do Hospital de Santa Maria, realiza-se uma cerimónia de plantação da Árvore da Memória (um carvalho), seguida de uma largada de pombos. Este acto conta com a presença do Presidente da República.
Todos estes momentos de domingo – Rossio, estádio e hospital – são de acesso livre a todas as pessoas que queiram participar; nos dois últimos, participam também as bandas de música da Carris e de Marvila.