
Com as recentes emendas, que serão tramitadas como legislação urgente, “o Estado letão reconhecerá que a Igreja Ortodoxa da Letónia é completamente independente (autocéfala)”. Foto © Altyn Asyr via Wikimedia Commons.
O Parlamento da Letónia aprovou emendas à lei sobre a independência da Igreja Ortodoxa local, para que esta rompa formalmente e por completo todos os laços com o Patriarcado de Moscovo, avançou o Religión Digital esta sexta-feira, 9.
Com as recentes emendas, que serão tramitadas como legislação urgente, “o Estado letão reconhecerá que a Igreja Ortodoxa da Letónia é completamente independente (autocéfala). Não depende da autoridade de nenhuma outra fora da Letónia”, afirmou o Presidente do pais, Egils Levits.
A Igreja Ortodoxa Russa criticou a decisão do Parlamento. Nikkolái Balashov, assessor do pariarca russo Cirilo, sublinhou que se trata de “um país onde a Igreja está oficialmente separada do Estado”.
De acordo com Valdis Teraudkalns, professor de teologia da Universidade da Letónia, a lei interfere nessa separação entre Igreja e Estado: “Trata-se de uma surpreendente interferência do Estado nos assuntos eclesiásticos que lembra a era soviética, quando o Estado tentou romper os laços entre os católicos e o papa em Roma”, disse à Agência Efe alguns dias antes da aprovação da iniciativa. dos deputados.
Segundo o especialista, a decisão sobre a continuidade das relações com Moscovo teria de depender da própria Igreja Ortodoxa Letã e dos seus “procedimentos internos”.
O professor de teologia referiu ainda que, na prática, a Igreja Ortodoxa Letã tem sido amplamente independente de Moscovo em virtude dos acordos alcançados durante o primeiro período de independência do país báltico, nas décadas de 1920 e 1930.
Estima-se que hajam cerca de 350.000 ortodoxos na Letónia, principalmente de língua russa.