
Daniel Henriques, bispo auxiliar de Lisboa, Foto © Agência Ecclesia.
O Patriarcado de Lisboa publicou esta quinta-feira, 30 de março, o testamento espiritual do bispo auxiliar de Lisboa, Daniel Henriques, que morreu no passado mês de novembro. O texto, divulgado no dia em que completaria 57 anos sobre o seu nascimento, revela que o bispo encarou o cancro que o vitimou como “uma nova missão”.
“Esta doença é uma nova missão que me convidas a abraçar, uma missão específica dentro do chamamento ao episcopado. Também isso me trouxe grande paz, Senhor: não encarar esta doença como uma limitação no ministério episcopal, mas antes uma forma de exercer o episcopado a que, Vós, nos Vossos insondáveis desígnios, agora me chamais”, escreveu Daniel Henriques no seu testamento espiritual.
“Muitos me falam em pedir um milagre, o milagre da minha cura. Mas para mim, Senhor, este milagre já se realizou. Melhor, é um milagre em progresso, que se renova com o passar dos dias e dos meses”, acrescentou.
No texto, que o Patriarcado divulga na íntegra, o bispo mostra-se grato pela família e amigos que o foram acompanhando ao longo das diferentes fases da sua vida e recorda o processo desde a descoberta da doença, dez meses depois da sua nomeação episcopal em novembro de 2018.
Daniel Henriques explica, em particular, a importância que São João Paulo II teve na sua vida, a quem deve as “mais fortes interpelações vocacionais”, bem como a compreensão de que “a nossa verdadeira grandeza é servir e dar a vida, como Jesus, apagando-nos depois como uma vela que não deixa de iluminar até à última gota de cera”. Foi também este Papa, cujo pontificado iniciou quando Daniel Henriques tinha apenas 12 anos e terminou quando ele tinha 39, que o inspirou a escrever o seu testamento espiritual.