
Sepulturas em massa descobertas em Maikadra. Os corpos foram trasladados para o cemitério de uma igreja, depois de cerimónia religiosa. Foto © Yonatan Zebdeows, Domínio público, via Wikimedia Commons.
Foi o primeiro encontro entre as partes aquele que esta sexta-feira, 3, juntou à mesma mesa os dirigentes do Tigré e o Governo etíope, depois do acordo de paz bilateral assinado em novembro último.
Segundo a empresa etíope de radiotelevisão estatal, as partes avaliaram as medidas até agora tomadas para concretizar os acordos assinados em Pretória e Nairobi, e discutiram as ações que requerem atenção, no novo quadro.
Entre as decisões tomadas pelo governo de Adis Abeba, como resultado do encontro, destacam-se o reforço de voos para o Tigré, o funcionamento de instituições bancárias e outras medidas entendidas como necessárias para que a confiança e a normalização se possam restabelecer.
Depois de dois anos de guerra que devastaram o Tigré, no Norte da Etiópia, o acordo de paz celebrado em 2 de novembro do ano findo prevê o desarmamento dos rebeldes, a restauração da autoridade federal e outras medidas que facilitem a vida dos cidadãos.
De acordo com o jornal canadiano La Presse, que avança estas informações, a situação no Tigré está ainda longe de se poder considerar normalizada. Desde logo, o conflito sangrento provocou a deslocação de mais de dois milhões de habitantes, muitos dos quais em condições que ameaçam as suas vidas. Depois, estão ainda vivas as feridas do conflito que terá sido palco de crimes de guerra de ambos os lados. Além disso, na região e zonas de acesso continuam presentes forças da vizinha Eritreia que têm cometido “atrocidades”, segundo denúncias veiculadas pelos rebeldes do Tigré.