Roubo ou terrorismo?

Primeira igreja vandalizada na Guiné-Bissau deixa cristãos assustados

| 6 Jul 2022

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A igreja de Santa Isabel, em Gabú, após o ataque. Foto: Direitos reservados.

 

 

O episódio é inédito e está a preocupar a comunidade cristã na Guiné-Bissau. Registou-se pela primeira vez, neste pais africano de língua portuguesa, um ato de vandalismo numa igreja católica, avançou esta quarta-feira, 6 de julho, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O administrador diocesano de Bafatá, padre Luccio Brentegani, exprimiu a esperança de que este incidente, ocorrido na igreja de Santa Isabel, em Gabú, se tenha tratado de um ato isolado, que não irá afetar a relação de boa convivência no país.

Também o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, comentou o incidente, desvalorizando a sua importância. “Quantas vezes as mesquitas foram roubadas aqui? Se a igreja foi roubada têm que deixar a Polícia fazer o seu trabalho. Se a igreja foi vandalizada é coisa do outro mundo? Quantas vezes roubaram relógios [de parede], ventoinhas ou aparelhos de ar condicionado em mesquitas? As pessoas têm que parar com tretas, até no Vaticano e em Meca as pessoas roubam, será que é coisa de outro mundo?”, declarou o líder guineense.

O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação AIS, editado em abril do ano passado, revela no entanto que  “a tensão está a crescer” neste país africano, sublinhando o facto de que “alguns grupos terroristas jihadistas se têm envolvido cada vez mais em actividades ilegais”, nomeadamente relacionadas com o tráfico de estupefacientes.

A presença crescente de grupos terroristas islâmicos nesta região do continente africano levou mesmo a Conferência Episcopal Regional da África Ocidental de Língua Francesa, que inclui os bispos da Guiné-Bissau, a emitir uma mensagem pastoral conjunta a 22 de Maio de 2019. Nesta mensagem, recorda o Relatório da Fundação AIS, os bispos denunciaram a “inquietante onda de violência” enfrentada pela região e pelas comunidades cristãs locais e apelaram a que todos os líderes religiosos “se levantem juntos para denunciar qualquer instrumentalização da religião”.

 

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