
Caminho de Santiago é feito de múltiplos e antigos caminhos que percorrem a Europa, do oriente ao ocidente, e do norte para o sul. Foto © António José Paulino.
Alguns peregrinos já puseram pés ao caminho e muitos outros preparam a mochila e as botas, a caminho de Santiago de Compostela. Depois de um ano de confinamento, os mais fiéis suspiram pela repetição da experiência restauradora, enquanto outros não veem o dia de inaugurá-la.
A Associated Press (AP) publicou neste fim-de-semana uma desenvolvida reportagem, em que os jornalistas Joseph Wilson e Iain Sullivan dão sinais deste acordar do movimento, nesta fase, que se espera final, da pandemia. Pelos caminhos cruzaram-se ou foram ao encontro dos peregrinos: a mulher cujo casamento acabou no confinamento e agora teme ser despedida pelo banco em que trabalha; o casal de 81 e 84 anos, que sobreviveu ao vírus; o jovem checo de 25 anos, que veio caminhar três semanas, para combater o stress; e muitos outros. Incluindo o investigador da Universidade Autónoma de Barcelona que já concluiu, com uma amostra de 100 peregrinos, que fazer o Caminho traz benefícios à saúde mental.
O Caminho de Santiago é feito de múltiplos e antigos caminhos que percorrem a Europa, do oriente ao ocidente, e do norte para o sul. Como os ribeiros que vão desaguando noutros ribeiros, assim fazendo rios, assim as vias que demandam a imagem e a catedral do santo.
Dado que o Papa Francisco estendeu até 2022 as indulgências do ano jubilar, que não acontecia desde 2010, são esperados já este ano e, no próximo, centenas de milhar de caminheiros, crentes e não crentes.
Como diz o bispo de Santiago de Compostela, em declarações à AP, “o Caminho de Santiago… é um espaço que nos ajuda a recuperar a nossa paz interior, a nossa estabilidade, o nosso espírito, de que sem dúvida todos precisamos, dadas as dificuldades que temos para enfrentar a dor e os estragos da pandemia que por vezes nos deixam sem palavras”.