
Às mais de 100 sínteses de episcopados, juntam-se outras de organizações, movimentos, estruturas e grupos informais. Foto captada de um dos vídeos.
A equipa de 21 peritos de diferentes continentes, realidades sociais e experiências de Igreja estão desde o dia 21 deste mês em Frascati, nos arredores de Roma, em regime de retiro e processo de discernimento com o objetivo de redigir um documento de leitura dos resultados da primeira fase do processo sinodal.
Sobre a mesa têm centenas de testemunhos, histórias, preocupações e sugestões sobre a Igreja Católica, em resposta ao desafio inédito lançado pelo Papa Francisco em 2021. São mais de uma centena as sínteses nacionais enviadas pelas conferências episcopais. A essas juntam-se muitas outras de organizações, movimentos, estruturas, grupos informais, que entenderam partilhar como vêem e sentem a Igreja, perante os desafios que hoje enfrenta, e aquilo com que sonham para a Igreja do futuro.
Os trabalhos, que se prolongam por 12 dias, acompanhados por oração e discernimento sobre o que “está o Espírito a dizer à Igreja”, assentam em trabalhos de grupo e do conjunto dos peritos. Deles deverá resultar o documento que será a referência para a etapa continental do Sínodo, que agora começa. Esse documento poderá ser também apreciado e comentado pelas dioceses e por todos aqueles que participaram na primeira fase do processo sinodal, como foi sublinhado no ato de lançamento da segunda fase.
A acompanhar os trabalhos estão também especialistas de comunicação e animadores de redes sociais (ver, por exemplo, tags como #frascati22 ou #synod). Tem sido, dessa forma, possível ir acompanhando alguns aspetos ligados ao trabalho decisivo que está a ser feito. Disponíveis estão já, no canal do Sínodo no YouTube, vários vídeos. Em português, há já um sobre “Uma Igreja em movimento”, outro intitulado “Pronto a discernir” – ambos podem ser vistos clicando nos títulos – e outro sobre “A voz das mulheres”:
Nas redes sociais (recorremos sobretudo ao Twitter), os adversários do Sínodo têm tentado fazer uma barragem aos posts publicados pela equipa do Sínodo. Assim, a uma pergunta que foi feita sobre se faltava alguém ou alguma coisa neste processo sinodal ou que vozes não se puderam manifestar, foi respondido que 99 por cento não se envolveram porque são indiferentes ou “consideram o processo manipulado ou capturado por progressistas”. Outros disseram que falta falar de fé e de Cristo. Houve quem contestasse o perfil católico (tido por pouco ortodoxo) de alguns dos peritos reunidos em Frascati e quem contestasse que seja necessário haver “uma Igreja em movimento”. “Já estou farto de católicos sempre a chorar por não serem ouvidos ou por se sentirem excluídos ou por não fazerem parte da vida católica. Comecem por entrar numa qualquer igreja paroquial numa tarde de sábado, vão-se confessar e depois façam sua jornada de fé”, lia-se noutro tweet.