Pandemia e guerra são causas

“Perspetiva terrífica”: mais de 260 milhões vão cair na pobreza extrema

| 19 Abr 2022

pobreza mendigo foto direitos reservados

Os países desenvolvidos são os que apresentam um maior nível de desigualdade. Foto: Direitos reservados.

 

A pandemia da covid-19, a desigualdade que é cada vez mais gritante e o aumento do preço dos alimentos, provocado pela guerra na Ucrânia, vai atirar mais de 260 milhões de pessoas no mundo para a pobreza extrema, alertou a organização internacional humanitária Oxfam. “Uma perspetiva terrífica”, aponta um relatório.

Num documento divulgado esta terça-feira, a partir de projeções do Banco Mundial, a pandemia e “o agravamento da situação de desigualdade” levarão à pobreza extrema 198 milhões de pessoas, a que somarão outras 65 milhões de pessoas com “o aumento dos preços mundiais (devido à guerra)”,  num total que soma “263 milhões, o equivalente à população conjunta do Reino Unido, França, Alemanha e Espanha”.

Com a atual crise de preços, provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia — dois grandes produtores de cereais — já há vários governos que estão obrigados a reduzir gastos públicos para importar alimentos, combustíveis e pagar aos seus credores. O setor da alimentação já tinha sido muito penalizado com a pandemia, e agora é atingido pelo aumento dos preços.

Esta tempestade perfeita acaba por afetar principalmente as pessoas que já vivem em situação de pobreza: nos países ricos, o custo dos alimentos representa 17% dos gastos dos consumidores, enquanto que nos países subsarianos esta percentagem dispara para os 40%.

Os países desenvolvidos são os que apresentam um maior nível de desigualdade: nos EUA, por exemplo, as 20% famílias mais pobres gastam 27% do seu rendimento em alimentos, enquanto que as 20% famílias mais ricas despendem apenas 7% do rendimento para a sua alimentação, explica o relatório da Oxfam, divulgado pelo Instituto Humanitas Unisinos.

Com os salários reais estagnados ou mesmo a diminuir, a situação tende a agravar-se, destaca o relatório.“A epidemia devastou os cofres públicos de todos os governos, mas os desafios económicos enfrentados pelos países em desenvolvimento são mais graves, porque lhes foi negado o acesso igualitário às vacinas, e agora são obrigados a recorrer a medidas de austeridade”, concluem os autores do documento da Oxfam.

 

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

Liberdade e verdade

Liberdade e verdade novidade

As religiões, enquanto se consideram guardiãs da verdade, tendem a conviver mal com a afirmação da liberdade individual. Nas suas fileiras, coartam-na, limitam-na, enquanto apelam permanentemente à obediência férrea a uma autoridade que se considera incontestável, porque garante da verdade.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This