Por mais controlo das fronteiras

Política de imigração de Biden muda de rumo… e é “pouco católica”

| 22 Mar 2023

Em 21 de fevereiro, o Departamento de Segurança Interna dos EUA avançou com uma norma que, com poucas exceções, nega asilo a qualquer indivíduo que não tente obter proteção legal num país através do qual viaje a caminho dos Estados Unidos. Foto © Simeyla.

 

Com efeitos a partir de maio próximo, a administração Biden colocará no terreno medidas que vão restringir fortemente as possibilidades de muitos imigrantes poderem entrar legalmente nos Estados Unidos da América.

Em janeiro deste ano, a administração Biden, que tinha criticado o assim conhecido “Título 42”, um dispositivo legal usado por Trump para, a pretexto da covid-19, suspender a Lei de imigração e recambiar os requerentes de asilo chegados à fronteira sul, anunciou a aplicação desse esquema. Isso fez reduzir drasticamente os requerentes de asilo oriundos dos países visados: Venezuela, Haiti, Nicarágua e Cuba.

Em 21 de fevereiro, o Departamento de Segurança Interna dos EUA avançou com uma norma que, com poucas exceções, nega asilo a qualquer indivíduo que não tente obter proteção legal num país através do qual viaje a caminho dos Estados Unidos. Esta regra – refere o site da revista America, numa peça sobre esta matéria, da autoria de J. Kevin Appleby – “ignora a realidade de que ‘países de trânsito’ como o México têm sistemas de asilo muito limitados, pelo que muitos defensores da imigração rotularam a regra proposta como sendo, de facto, uma ‘proibição de asilo’”.

Esta matéria assumia uma importância tal para a candidatura de Joseph Biden que ele, logo no primeiro dia de mandato como presidente, suspendeu a construção do célebre muro na fronteira com o México, cancelou as restrições de viagens de 14 países impostas por Trump e retomou, através de uma ordem executiva, as proteções para os beneficiários do DACA – medida administrativa que visava os indocumentados que foram para os EUA quando eram crianças.

Perante as medidas mais recentes, Appleby interroga: “Porque é que o Sr. Biden mudou de rumo de uma forma tão dramática, tendo mesmo conseguido forte oposição dentro do seu próprio partido? Numa palavra, [trata-se de] política. As sondagens mostram que o público americano, embora apoie uma reforma positiva do sistema de imigração, também quer um melhor controlo das fronteiras”.

O autor reconhece, ainda assim, que “não há equivalência moral entre democratas e a maioria dos republicanos em matéria de imigração”, já que, exemplifica, Biden tem feito uma utilização liberal do Estatuto de Protecão Temporária (TPS) para proteger as nacionalidades deslocadas e novas regras que salvaguardam os direitos dos migrantes no local de trabalho.

A fim de não ficarem atrás dos republicanos, na demagogia em torno do tema da imigração e o asilo, observa o articulista, as administrações democratas foram abandonando a ‘bandeira’ dos EUA como “porto seguro para os perseguidos”.

Appleby alude à condição de católico do presidente dos Estados Unidos, para recordar que, “enquanto a Igreja apoia o direito de uma nação soberana a controlar a sua fronteira, apoia igualmente o direito de um indivíduo a migrar e procurar proteção contra a perseguição”.

 

Os silêncios de Pio XII foram uma escolha – e que custos teve essa opção?

“A Lista do Padre Carreira” debate

Os silêncios de Pio XII foram uma escolha – e que custos teve essa opção? novidade

Os silêncios do Papa Pio XII durante aa Segunda Guerra Mundial “foram uma escolha”. E não apenas no que se refere ao extermínio dos judeus: “Ele também não teve discursos críticos sobre a Polónia”, um “país católico que estava a ser dividido pelos alemães, exactamente por estar convencido de que uma tomada de posição pública teria aniquilado a Santa Sé”. A afirmação é do historiador Andrea Riccardi, e surge no contexto da reportagem A Lista do Padre Carreira, que será exibida nesta quarta-feira, 31 de Maio, na TVI, numa parceria entre a estação televisiva e o 7MARGENS.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel

Revisão da lei aprovada

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel novidade

Há uma nova luz ao fundo da prisão para Ezequiel Ribeiro – que esteve durante 21 dias em greve de fome como protesto pelos seus já 37 anos de detenção – e também para os restantes 203 inimputáveis que, tal como ele, têm visto ser-lhes prolongado o internamento em estabelecimentos prisionais mesmo depois de terminado o cumprimento das penas a que haviam sido condenados. A revisão da lei da saúde mental, aprovada na passada sexta-feira, 26 de maio, põe fim ao que, na prática, resultava em situações de prisão perpétua.

Especialistas mundiais reunidos em Lisboa para debater “violência em nome de Deus”

30 e 31 de maio

Especialistas mundiais reunidos em Lisboa para debater “violência em nome de Deus” novidade

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) acolhe esta terça e quarta-feira, 30 e 31 de maio, o simpósio “Violence in the Name of God: From Apocalyptic Expectations to Violence” (em português, “Violência em Nome de Deus: Das Expectativas Apocalípticas à Violência”), no qual participam alguns dos maiores especialistas mundiais em literatura apocalíptica, história da religião e teologia para discutir a ligação entre as teorias do fim do mundo e a crescente violência alavancada por crenças religiosas.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This