
Voluntários na associação Virar a Página, em Braga, a preparar refeições solidárias. Foto © Catarina Soares Barbosa.
Em ano de pandemia, Portugal viu crescer as desigualdades sociais, sendo que dois terços dizem sentir dificuldades em enfrentar os custos do dia-a-dia, segundo dados divulgados pela Deco, Associação de Defesa dos Consumidores, nesta quinta-feira, 25 de março.
As regiões Centro, do Algarve, da Madeira e dos Açores são aquelas em que mais crítica ficou a situação das famílias e foram mais sentidas as dificuldades, de acordo com dados do Barómetro Deco/Proteste.
Mais de um quarto dos 4000 agregados familiares inquiridos declararam ter tido perdas de rendimento igual ou superior a 25 por cento, em 2020.
Em termos nacionais, 63% afirmaram ter dificuldades financeiras para assegurar as despesas correntes e 6% estão mesmo numa situação crítica. Só 31% revelaram conseguir pagar as contas. As dificuldades fazem-se sentir mais nos distritos de Vila Real, Aveiro, Faro, Setúbal e Açores. Em situação mais desafogada mostravam-se os distritos de Bragança, Braga, Castelo Branco e Lisboa .
As situações ou factores que mais relação direta apresentam com as dificuldades são o emprego, a inactividade e a redução salarial. Por sua vez,as despesas mais difíceis de suportar foram, por ordem decrescente, as relacionadas com o carro, os tratamentos dentários, as férias de verão, a manutenção da habitação e os óculos e aparelhos auditivos.