Precisamos de nos ouvir (8) – Isaac Assor: Manter a esperança

| 18 Fev 2021

Máscara, Pandemia, Voluntariado, Solidariedade, Braga, Catarina Soares Barbosa

“Vejo gestos que me encantam. Um cuidado superior com os desprotegidos…” Foto: Voluntários na associação Virar a Página (Braga), a preparar refeições solidárias. © Catarina Soares Barbosa.

 

Estes duros meses, quase um ano, em que vivemos com a pandemia causada pela covid-19, têm-me levado a refletir sobre tantos e tantos assuntos, temas, coisas… Há algo que tenho tanta vontade de dizer e repetir em público: não percam a esperança – iremos vencer e ultrapassar esta crise pandémica!

A saúde e o bem-estar dos nossos entes queridos, como também daqueles mais frágeis, em todos os sentidos e padrões, é uma das minhas profundas e grandes inquietações. E não posso esquecer que o actual presente me conduz à incerteza do futuro no que respeita ao trabalho, gravemente lesado devido à pandemia. Curiosamente, e em simultâneo com um punhado de reticências, nasceram grandes aprendizagens, e refiro-me ao facto irrefutável de que vivemos cada dia com uma maior intensidade interior. Descobri/mos que, afinal, sei/sabemos fazer muito além do que está relacionado com a minha/nossa atividade profissional.

Quando é que este flagelo irá passar e quando poderemos regressar à vida normal? É uma pergunta que coloco várias vezes. Como homem de fé a resposta que encontro para mim e para os meus, tal como a que tenho para todos ao meu redor, é para acreditarmos nos desígnios de Deus Bem Dito e que tenhamos confiança que todos – e acredito mesmo que sejam todos, muito particularmente cientistas, médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar – estão a trabalhar de sol-a-sol, incansavelmente, no sentido de parar e travar esta terrível pandemia.

Vejo gestos que me encantam. Que me comovem. Uma forte e intensa solidariedade entre vizinhos. Um cuidado superior com os desprotegidos, conhecidos ou desconhecidos. Infelizmente, os meus olhos também alcançam gestos diferentes, gestos que me revoltam e que traduzem o quanto o Homem ainda precisa de caminhar para ser fraterno. Não posso deixar de mencionar essa gula cega pela vacina de tantos que não constavam na lista de prioridade e passaram à frente numa atitude de puro egoísmo.

A pandemia lembra-nos a nossa insignificância diante do universo, ensina-nos que devemos cuidar mais e mais dos que estão na idade de ouro e daqueles que não possuem família. Trouxe-nos, este vírus, não só o medo permanente da morte, como também a solidão iminente, de estarmos mais connosco do que antes.

Creio que devemos mudar, em cada um de nós e na nossa vida colectiva, o egocentrismo e a urgência de apenas pensar no nosso umbigo. A nossa vida tem tanta importância como a vida dos outros e sem a vida dos outros a nossa vida fica mais frágil.

Atrás de uma tragédia sanitária vem sempre uma crise social e económica. É uma verdade indubitável. Parece-me importante prestar atenção, muita atenção, aos sectores que têm sido mais castigados de entre os quais relevo, por exemplo, o turismo e a restauração. E arranjar soluções para que não se deixe afundar dois setores que são de imensa relevância para um país que se quer ligado ao mundo.

 

Isaac Assor é oficiante dos serviços religiosos na Sinagoga Shaaré Tikva (Portas da Esperança), em Lisboa

 

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra”

Entrevista "A Lista do Padre Carreira"

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra” novidade

O atraso na abertura dos arquivos do Vaticano relativos ao pontificado do Papa Pio XII e da Segunda Guerra Mundial “prejudicou o conhecimento da realidade”, diz o historiador Andrea Riccardi. Os silêncios de Pacelli foram uma escolha para evitar males maiores, diz, mas o que não compreende é o silêncio de Pio XII depois da Guerra, sobre o antissemitismo.

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência

Califórnia

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência novidade

Quatro das 12 dioceses católicas da Califórnia pediram falência, ou estão a considerar fazê-lo, por causa de mais de 3.000 pedidos de indemnização entregues nos tribunais do Estado por vítimas de abusos sexuais de menores que aproveitaram o facto da lei ter prolongado até dezembro do ano passado a admissibilidade de processos envolvendo pessoas tendo atualmente até 40 anos.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

Milhares a dançar na procissão

Luxemburgo

Milhares a dançar na procissão novidade

Uma procissão dançante que dura cerca de três horas, em honra de São Willibrord, um santo dos séculos VII-VIII decorreu como é tradição desde há perto de mil anos, na última terça-feira, 30 de maio, na cidade luxemburguesa de Echternach.

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos

Censo 2022

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos novidade

Em apenas seis anos, a Irlanda, um dos países “mais católicos” da Europa, viu a taxa dos que se reconhecem como tal reduzir-se em 10 pontos percentuais entre 2016 (79%) e 2022 (96%). Os números são avançados pelo jornal The Irish Times de dia 30 de maio com base no censo de 2022, cujos resultados foram agora conhecidos.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This