
Foto: Encontro de amizade islamo-cristão, na comunidade de Taizé, 15-18 Julho 2021. O irmão Aloïs (2º à esqª), prior de Taizé, com o imã Chemouini Chemsseddine, da mesquita de Massy (Paris-sud). © Taizé-Communauté.
“Acho muito belo que a Igreja Católica inicie um sínodo sem saber qual será o resultado final. É uma aventura; mas a própria Igreja é uma aventura” – disse o irmão Aloïs, prior de Taizé, na entrevista que deu a quatro jornais europeus sobre a oração ecuménica que decorrerá na Praça de São Pedro na véspera da abertura da primeira assembleia-geral do Sínodo.
Na entrevista, publicada neste sábado, 21 de janeiro, Alois afirma que o processo sinodal representa “um ponto de viragem” para a Igreja e explica que a vigília de 30 de setembro será uma oração perante a assembleia-geral do Sínodo, “não só com os bispos, mas com todo o povo de Deus”, envolvendo também “os cristãos de outras igrejas e aqueles que estão à margem da sociedade”. A proposta foi feita logo no momento inicial deste sínodo (outubro de 2021) e o Papa acolheu-a com entusiasmo e convidou o irmão Aloïs a concretizá-la.
Desde então, Taizé colabora com o Vaticano e com as comunidades católica, ortodoxa, protestante e anglicana, com os movimentos ecuménicos e agentes da pastoral juvenil para organizar o tempo de oração que o Papa Francisco anunciou após o Angelus do domingo passado nestes termos: “Anuncio que se realizará, no sábado, 30 de setembro próximo, na Praça São Pedro, uma vigília ecuménica de oração, com a qual confiaremos a Deus os trabalhos da 16ª Assembleia-Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Para os jovens que virão à vigília haverá um programa especial durante todo aquele fim de semana, organizado pela Comunidade de Taizé. A partir de agora, convido os irmãos e irmãs de todas as confissões cristãs a participar deste encontro do Povo de Deus.”
O programa completo da iniciativa Juntos será apresentado nesta segunda-feira, 23 de janeiro, no Vaticano, mas o prior de Taizé adiantou na entrevista que “no sábado [dia 30 de setembro] de manhã, os participantes percorrerão vários itinerários pela cidade de Roma ao encontro de lugares de espiritualidade e de fé, mas também de questões sociais e atuais”. Depois de almoço, “diversos movimentos carismáticos organizarão um momento de louvor”, avançou o irmão Aloïs, que antecede a peregrinação até à Praça de São Pedro. A vigília, embora ao estilo de Taizé, contará também com testemunhos de experiências eclesiais e empenhos concretos.
“Vivemos hoje, como Igreja, um momento difícil”, disse aos quatros jornais europeus o sucessor do irmão Roger: “Percebemos cada vez mais que, como igrejas, somos vulneráveis. Já não somos um grande navio navegando pelo oceano da humanidade para salvá-la. Em vez disso, somos um pequeno barco na tempestade.” Mas estas circunstâncias permitem, segundo Alois “tornar muito concreta a confiança no Espírito Santo”, confiando “em Cristo e não nas nossas forças” é possível viver o atual momento com alegria e esperança.