
“A República é laica, mas a sociedade francesa não”, alertou o presidente da Federação Protestante da França. Foto © TzhaiV.
Diante de uma sociedade dividida, as igrejas protestantes na França pedem ao novo Governo do Presidente Emmanuel Macron que “atue em prol da paz e preserve a liberdade de culto, de consciência e de expressão de todos”. A posição foi divulgada pelo Conselho Nacional dos Evangélicos da França (CNEF), que representa 70 por cento das igrejas protestantes no país e mais de 30 denominações evangélicas diferentes.
Alguns membros do CNEF, citados pelo jornal Protestante Digital de dia 29 de abril, mostram-se particularmente preocupados com as últimas leis contra o islão radical, as quais, segundo eles, fizeram com que a França passasse de uma sociedade regulada por “um pacto republicano de tolerância” para um Estado que segue “uma política de vigilância das religiões pelas autoridades do Estado”.
Além do CNEF, François Clavairoly, presidente da Federação Protestante da França (que inclui as principais igrejas protestantes históricas), alertou, em artigo de opinião publicado depois da vitória de Macron, contra a “tentação de uma espécie de espaço público neutralizado no nível confessional”, defendeu que “a República é laica, mas a sociedade francesa não” e exigiu “garantias de uma fraternidade hoje imprescindível para crentes e não crentes”.
As eleições parlamentares francesas têm lugar a 12 de junho e tanto a extrema-direita como a esquerda radical olham para estas como a “terceira volta” que pode impor limites à presidência de Macron através de uma forte oposição parlamentar.