
Responsáveis das comissão de justiça e paz não querem que ninguém seja deixado sem assistência. Foto © jötâkå | Unsplash
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) e seis comissões diocesanas lançaram hoje a nota “Que ninguém fique para trás”, alertando para o impacto da inflação e as consequências da pandemia e da guerra na Europa. “A inflação, quase que esquecida, surge de forma crescente, repercutindo-se de modo alarmante nos preços de bens essenciais que impactam diretamente na vida de todos, mas sobretudo dos que têm menos, porque de bens essenciais se trata”, refere o texto, enviado ao 7MARGENS.
O documento assinala a crise provocada pela Covid-19, nos últimos anos, agravada pela “devastadora e incompreensível guerra” na Ucrânia. Estas situações, pode ler-se, “provocam desordens graves que afetam de forma particularmente mais intensa os mais fracos da sociedade, acentuando-se consequentemente os níveis de desigualdade”.
As organizações católicas sublinham que a pandemia mostrou “as virtualidades da intervenção de proximidade, identificando a especificidade das situações, atuando num tempo mais curto, articulando os recursos, as competências dos agentes locais”.
A CNJP e as comissões diocesanas que assinam a nota refletem, em particular, sobre o papel do Estado na definição das políticas públicas e na relação com os vários atores sociais e económicos, citadas pela Ecclesia.
O texto defende o reforço das competências autárquicas, “incluindo as estruturas da sociedade civil, reconhecendo-as e reforçando os meios quando for caso disso”. “Hoje, mais do que nunca, o que se pede e exige é um combate sem quartel à globalização da indiferença e à cultura do descarte perante o sofrimento que estes tempos trazem de forma avassaladora e quase que insuportável, para que ninguém, mesmo ninguém, fique para trás, seja descartado”, conclui o texto.
A nota é assinada pela CNJP e as Comissões Diocesanas Justiça e Paz de Bragança-Miranda, Évora, Lamego, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Vila Real.