
Centenas de pessoas passam a noite ao relento em Marraquexe, após o terremoto ter destruído as suas casas. Foto © UNICEF/UNI433682Senna/AFP.
Depois do choque, “é o momento da compaixão e solidariedade”, diz o cardeal López Romero, arcebispo de Rabat, capital de Marrocos. E apesar de o país apenas aceitar, para já, ajuda de quatro países – Espanha, Qatar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos -, a Cáritas está na linha da frente de apoio às populações afetadas pelo sismo desde o primeiro dia. Assim, qualquer pessoa que queira ajudar pode fazê-lo, a partir de qualquer parte do mundo, através de um donativo no site internacional da instituição.
“As necessidades são enormes: alimentos, roupas, tendas e até kits de higiene e cobertores para o frio da noite. Há povoações inteiras destruídas”, diz o diretor da Cáritas Rabat, padre Oscar Arturo Padilla, que esta segunda-feira, 11, visitou Amizmiz, uma pequena cidade a cerca de 50 quilómetros de Marraquexe, e algumas pequenas cidades nas montanhas da região.
Para dar resposta a estas necessidades, a Cáritas Rabat tem estado em permanente articulação com a Caritas Internationalis, a qual por sua vez reúne e envia os apoios provenientes da restante rede Cáritas, incluindo de Portugal.
O responsável marroquino adiantou ao Vatican News que a organização católica está neste momento a tentar reunir, sobretudo, mais geradores elétricos e tendas de campanha, visto que “infelizmente, esta situação de emergência durará muito tempo, o frio aproxima-se, e as casas estão totalmente destruídas”. Para fazer um levantamento completo das necessidades, a Cáritas está também a procurar obter motas que permitam aceder a áreas onde não é possível chegar de carro.
UNICEF “preparada para apoiar”
De acordo com o relatório do Ministério do Interior marroquino, divulgado na manhã desta terça-feira, 12 de setembro, os mortos provocados pelo sismo da passada sexta-feira ultrapassam já os 2.800 e há mais de 2.500 feridos.
A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima por seu lado que pelo menos 100 mil crianças e adolescentes tenham sido afetados por aquele que foi o mais forte terremoto sentido no país desde 1960, e afirma estar “preparada para apoiar o Governo de Marrocos na ajuda humanitária de emergência às populações mais necessitadas”, encontrando-se igualmente a aceitar donativos através do seu site, destinados ao envio de kits de primeiros socorros.
No terreno está já a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras, que enviou para Marrocos “mais de 10 equipas médicas e logísticas”, e que também aceita donativos a partir de qualquer parte do globo. À Renascença, o coordenador de emergências da organização, John Johnson, adiantou que estão a trabalhar em hospitais de campanha, em tendas, e que as reservas de medicamentos estão a acabar.
Já a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) pediu esta terça-feira um valor total de 105 milhões de euros para apoiar as operações de socorro.