
Mariana Mazzucato é uma reconhecida economista italo-americana que o Papa Francisco tem citado mais do que uma vez. Foto: Direitos reservados.
A nomeação de Mariana Mazzucato como membro permanente da Pontifícia Academia para a Vida está a provocar forte indignação junto dos movimentos católicos pró-vida, que acusam a economista de se ter manifestado contra a decisão do Supremo Tribunal dos EUA de reverter o acórdão do caso Roe v. Wade e assim condicionar o direito da mulher ao aborto à legislação votada em cada Estado.
O site Catholic Culture titulou, no dia 18 de outubro, “Papa Francisco nomeia defensora do ‘direito’ ao aborto para a Pontifícia Academia para a Vida” e reproduzia nesse artigo vários retweets de Mazzucato de tweets de pessoas defensoras do direito da mulher ao aborto. Retomando o tema, a Catholic News Agency do mesmo dia titulava: “Papa Francisco nomeia economista pró-aborto para a Pontifícia Academia para a Vida”.
Mariana Mazzucato é uma reconhecida economista italo-americana que o Papa Francisco tem citado mais do que uma vez e é autora de vários livros, nomeadamente de “Economia de Missão. Um guia ousado e inovador para mudar o capitalismo” (versão portuguesa editada pela Temas e Debates, em 2021). Falando sobre este livro, Mazzucato afirmou tratar-se “não apenas de repensar o capitalismo atual”, mas também de “transformar o Estado a partir de dentro e fortalecer os seus sistemas de saúde, educação, transportes e defesa do meio ambiente e, ao mesmo tempo, imprimir um novo rumo à economia”. A tese central de Mazzucato é a de que se torna necessário “criar uma economia orientada para a meta, na qual os governos traçam objetivos e caminhos e atuam também como “investidores de primeira instância”, em áreas que eventualmente podem não oferecer retorno imediato”.
A 15 de outubro, o Papa Francisco nomeou 14 novos membros permanentes da Pontifícia Academia para a Vida, entre os quais figurava Maria Mazzucato.