
O escândalo dos abusos em França ainda está para durar. Foto © karl-fredrickson | Unsplash
O presidente da comissão nacional de investigação da criminalidade pedófila na Igreja em França disse este domingo, dia 3, ter havido “entre 2.900 e 3.200 criminosos pedófilos”, homens — padres ou religiosos — na Igreja Católica no país desde 1950.
Esta “é uma estimativa mínima”, baseada no censo e na análise dos arquivos (Igreja, justiça, polícia judiciária e imprensa) e nos testemunhos recebidos por aquele organismo.
Ao longo destes últimos 70 anos, a população geral de padres ou de religiosos no país cifra-se nos 115.000, o que significa que dois a 3% do total de padres e religiosos em França tiveram comportamentos criminosos.
Para terça-feira, 5, está marcada a divulgação do relatório desta comissão, que poderá chegar às “2.500 páginas”, disse o mesmo responsável, relatório esse que vai permitir concluir dois anos e meio de trabalho e investigação por parte da Comissão Independente sobre o Abuso Sexual na Igreja (ICAS).
O relatório dará uma visão quantitativa do fenómeno, incluindo o número de vítimas. Irá comparar a prevalência da violência sexual na Igreja com a identificada noutras instituições (associações desportivas, escolas) e no círculo familiar.
A comissão avaliará também os “mecanismos, particularmente institucionais e culturais” e vai apresentar 45 propostas.
(Corrigido o título em 17/10)