
Texto conjunto defende “um imperativo moral e responsabilidade para todas as crianças e o mundo vivo”. Foto: Direitos reservados.
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Conselho Muçulmano de Anciãos e o Conselho de Rabinos de Nova Iorque (EUA) assinaram um apelo conjunto histórico sobre “Finanças Responsáveis pelo Clima — Um imperativo moral e responsabilidade para todas as crianças e o mundo vivo”.
“Vamos unir-nos e influenciar [o modo] como o dinheiro é investido em resposta à ameaça existencial das alterações climáticas”, sublinhou o secretário-geral interino do CMI, Ioan Sauca ao lançar este apelo. O empenho terá de ser de todos, exemplificou: “Dinheiros das famílias, dinheiros da igreja, dinheiros de uma empresa, dinheiros de uma nação. Precisamos que todos deem esse passo para um futuro sustentável para nossos filhos.”
As conclusões do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em 4 de abril, dramatizam a urgência crítica desse desafio. Agora, com este apelo conjunto, pede-se aos provedores de serviços financeiros que tomem medidas urgentes e eficazes para deixar o financiamento de combustíveis fósseis e investir em energias renováveis e pesquisa para soluções climáticas.
“Assim, nós, líderes das organizações abaixo-assinadas, afirmamos o nosso compromisso de nos comprometermos com as instituições financeiras, através das quais operamos, investimos e procuramos coberturas de seguro, para garantir que as nossas transações financeiras estarão alinhadas com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 °C”, diz o apelo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a iniciativa. “Por muito tempo, o setor de serviços financeiros permitiu o vício mundial em combustíveis fósseis”, disse, citado pelo CMI. “Agora é hora de os provedores de serviços financeiros acelerarem a mudança para as energias renováveis. Eles têm o poder – e a responsabilidade”, disse Guterres. “O imperativo científico e moral é claro: não deve haver novos investimentos na expansão dos combustíveis fósseis, incluindo a [sua] produção, infraestrutura e exploração.”