
Bento XVI com o seu biógrafo Peter Seewald (à direita). Foto © Jakob John Seewald_PNP.
Um problema de insónia crónica foi a causa imediata que levou o falecido Papa emérito Bento XVI a renunciar ao pontificado em 2013, segundo revelou o semanário alemão Focus.
A informação foi dada a conhecer pelo seu biógrafo, Peter Seewald, e consta de uma carta que Bento XVI lhe enviou em outubro de 2022, em que descreve o problema de saúde.
Afinal, a falta de forças e o cansaço que foram invocados por Ratzinger, ficaram a dever-se, segundo as palavras do próprio, “a insónia que o acompanhava sem interrupção desde a Jornada Mundial da Juventude em Colónia”, em agosto de 2005, meses depois de suceder a João Paulo II.
Apesar dos “remédios potentes” prescritos pelo seu médico, as dificuldades de dormir mantiveram-se. E poderão ter influenciado um incidente de queda na casa de banho, que Bento XVI deu, durante a viagem ao México e a Cuba, em março de 2012. Em consequência, o médico reduziu o medicamento e aconselhou-o a surgir em público apenas nas manhãs.
Na carta, Ratzinger diz estar ciente de que essas restrições médicas “só foram sustentáveis por um curto período de tempo”, levando-o a ponderar e decidir a resignação em fevereiro de 2013. Pesou nessa decisão a perspetiva da deslocação ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, que não se via capaz de “enfrentar”.
Seewald comentou esta sexta-feira que Bento XVI “não quis fazer alarido durante a sua vida sobre as circunstâncias íntimas da sua demissão, as quais se justificavam pelo seu esgotamento”.