Conselho de Direitos Humanos

Santa Sé na ONU: Um em cada sete cristãos é perseguido

| 22 Mar 2023

Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra Foto Facebook UN Geneva

“A paz exige também o reconhecimento universal da liberdade religiosa”, disse o arcebispo nigeriano Fortunatus Nwachukwu, durante o 52º Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto © UN Geneva.

 

“Um em cada sete cristãos sofre perseguições hoje”, alertou o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, arcebispo Fortunatus Nwachukwu, no discurso que proferiu esta terça-feira, 21 de março, em Genebra, durante a 52ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Em nome da Santa Sé, Nwachukwu, recentemente nomeado pelo Papa como secretário do Dicastério para a Evangelização, quis trazer à atenção internacional “a situação de muitas pessoas e comunidades que sofrem perseguições por causa das suas crenças religiosas”.

O arcebispo citou as palavras do Papa: “A paz – disse – exige também o reconhecimento universal da liberdade religiosa. É preocupante que as pessoas sejam perseguidas apenas porque professam publicamente a sua fé, e em muitos países a liberdade religiosa é limitada. Cerca de um terço da população mundial população vive nestas condições”, alertou.

“Nos últimos anos, assistimos à intensificação das medidas repressivas e dos abusos, também por parte das autoridades nacionais, contra as minorias religiosas em muitos países do mundo”, acrescentou o representante do Vaticano. “Muitas vezes, é negado aos crentes o direito de expressar e praticar a própria fé, mesmo quando isso não coloque em risco a segurança pública ou viole os direitos de outros grupos ou indivíduos”. Além disso, afirmou ainda, “a profanação e destruição de locais de culto e locais religiosos, bem como ataques violentos contra líderes religiosos, aumentaram recentemente e estão a tornar-se assustadoramente mais comuns.”

Não menos preocupante, segundo Nwachukwu, é “a condição dos crentes em alguns países onde, por trás da fachada de tolerância e inclusão, a discriminação é perpetrada de forma mais subtil e insidiosa”. O arcebispo nigeriano referiu que “num número crescente de países, assistimos à imposição de várias formas de censura que reduzem a possibilidade de expressar as próprias convicções tanto pública quanto politicamente, sob o pretexto de evitar ofender a sensibilidade alheia”. Desta forma, disse o prelado, “perde-se muito espaço para um diálogo saudável e também para o discurso público. À medida que este espaço diminui, também diminui a nossa capacidade de expressar o direito fundamental à liberdade religiosa, bem como a liberdade de pensamento e de consciência, que são também um requisito indispensável para alcançar a paz e construir uma sociedade justa”.

Recordando novamente os fortes apelos do Papa, o núncio sublinhou assim que “não devemos esquecer que a violência e os atos de discriminação contra os cristãos estão a aumentar também em países onde estes não são uma minoria. A liberdade religiosa também está em perigo onde os crentes veem limitada a sua capacidade de expressar as suas crenças na vida da sociedade em nome de uma concepção errónea de inclusão”. E concluiu, lembrando que “os governos têm o dever de proteger este direito e garantir que cada pessoa, de maneira compatível com o bem comum, goze da possibilidade de agir segundo a sua consciência, mesmo na esfera pública e no exercício da própria profissão de fé”.

 

Os silêncios de Pio XII foram uma escolha – e que custos teve essa opção?

“A Lista do Padre Carreira” debate

Os silêncios de Pio XII foram uma escolha – e que custos teve essa opção? novidade

Os silêncios do Papa Pio XII durante aa Segunda Guerra Mundial “foram uma escolha”. E não apenas no que se refere ao extermínio dos judeus: “Ele também não teve discursos críticos sobre a Polónia”, um “país católico que estava a ser dividido pelos alemães, exactamente por estar convencido de que uma tomada de posição pública teria aniquilado a Santa Sé”. A afirmação é do historiador Andrea Riccardi, e surge no contexto da reportagem A Lista do Padre Carreira, que será exibida nesta quarta-feira, 31 de Maio, na TVI, numa parceria entre a estação televisiva e o 7MARGENS.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel

Revisão da lei aprovada

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel novidade

Há uma nova luz ao fundo da prisão para Ezequiel Ribeiro – que esteve durante 21 dias em greve de fome como protesto pelos seus já 37 anos de detenção – e também para os restantes 203 inimputáveis que, tal como ele, têm visto ser-lhes prolongado o internamento em estabelecimentos prisionais mesmo depois de terminado o cumprimento das penas a que haviam sido condenados. A revisão da lei da saúde mental, aprovada na passada sexta-feira, 26 de maio, põe fim ao que, na prática, resultava em situações de prisão perpétua.

Especialistas mundiais reunidos em Lisboa para debater “violência em nome de Deus”

30 e 31 de maio

Especialistas mundiais reunidos em Lisboa para debater “violência em nome de Deus” novidade

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) acolhe esta terça e quarta-feira, 30 e 31 de maio, o simpósio “Violence in the Name of God: From Apocalyptic Expectations to Violence” (em português, “Violência em Nome de Deus: Das Expectativas Apocalípticas à Violência”), no qual participam alguns dos maiores especialistas mundiais em literatura apocalíptica, história da religião e teologia para discutir a ligação entre as teorias do fim do mundo e a crescente violência alavancada por crenças religiosas.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This