
As pessoas não saem do seu país porque querem; fazem-no para fugir da fome, da violência, da guerra, da falta de condições de vida, da perda de expectativas de futuro…”, sublinha o bispo de La Guaira. Foto © Mirsad Sarajlic.
Calcula-se que serão já mais de sete milhões os venezuelanos que deixaram o seu país para fugir à crise económica que tem vindo a agravar-se nos últimos anos. O bispo de La Guaira (Venezuela), Raul Biord, esteve na sede internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em Königstein, na Alemanha, e descreveu um país à beira da rutura, avançou esta sexta-feira, 5 de novembro, a instituição.
“O número de Venezuelanos que partiram aproxima-se dos sete milhões. É a maior migração da história moderna do país”, afirmou o bispo, sublinhando que este fluxo migratório tem menos de uma década, coincidindo com o agravar da crise. “A vida de todos os migrantes é sempre difícil e dolorosa. As pessoas não saem do seu país porque querem; fazem-no para fugir da fome, da violência, da guerra, da falta de condições de vida, da perda de expectativas de futuro…”, sublinhou.
O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que esteve esta semana na capital venezuelana, decidiu abrir uma investigação por crimes contra a humanidade naquele país. O anúncio foi feito no Palácio de Miraflores, durante a assinatura de um memorando de entendimento com o Presidente Nicolás Maduro, no qual este se comprometeu a cooperar com o processo. A Venezuela é o primeiro país da América Latina a ser investigado pelo TPI.