
Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,o Pacto Verde tem sido uma prioridade. Foto © Taizé.
Ganha contornos cada vez mais definidos na União Europeia um movimento de chefes de Estado e de Governo que defendem uma moratória ou interrupção do ritmo das políticas, sobretudo no âmbito do chamado Pacto Verde, invocando o novo contexto decorrente da guerra na Ucrânia.
Esse, que tem sido um compromisso e prioridade da atual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está a ser contestado sobretudo pelo setor conservador, que tem maioria no Parlamento de Estrasburgo, mas igualmente pela extrema-direita.
Este setor, depois de ter apoiado dezenas de propostas da Comissão, que visam alcançar a neutralidade climática em 2050, surge cada vez mais ao lado da extrema-direita, na contestação a dois dossiês que se encontram em debate no Parlamento: o da biodiversidade, especialmente a restauração de ecossistemas danificados, e o da redução do uso de pesticidas na agricultura.
Invocando o novo contexto político e socioeconómico desde a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e, ainda os “interesses dos agricultores” europeus, com incidências na produção agrícola, segurança alimentar e aumento do custo de vida, o espectro político mais à direita entende que a componente ambiental do Pacto Verde deveria ser travada, como sublinha um trabalho publicado pelo jornal Le Monde.
Este poderá ser um tema relevante na agenda dos debates com vista à próxima eleição de deputados ao Parlamento Europeu, prevista para junho de 2024.