Sudão acaba com pena de morte para cristãos que não se convertam ao islão

| 15 Jul 20

sudao mutilacao genital apostasia

Foi também ratificada a lei que criminaliza a mutilação genital feminina, que o Governo aprovara em maio. Foto © UNICEF/Kate Hold.

O Governo do Sudão prossegue o seu programa de reformas ao Código Penal do país, tendo anunciado que vai eliminar a pena de morte por apostasia (neste caso, a recusa por parte dos cristãos em converter-se ao islão) e despenalizar o consumo de álcool para os mesmos. A criminalização da mutilação genital feminina irá também avançar, depois de ter sido aprovada no passado mês de maio.

O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça sudanês, Nasredin Abdul Bari, numa entrevista dada aos meios de comunicação nacionais este domingo, 12 de julho. “Vamos garantir a liberdade religiosa e a igualdade na cidadania e no estado de Direito”, assegurou, citado pelo jornal Religión Digital.

“Todas estas mudanças apontam no sentido da igualdade perante a lei. Eliminámos todos os artigos que conduziram a qualquer tipo de discriminação. Asseguramos ao nosso povo que a reforma legal vai continuar até que eliminemos todas as leis que violam os direitos humanos no Sudão”, sublinhou o ministro. A pena de morte será, no entanto, mantida, ficando reservada aos casos de assassinato e “outros crimes atrozes”.

Um dos casos mais conhecidos da aplicação da lei da apostasia aconteceu em 2014, quando uma mulher cristã foi condenada à morte depois de se ter recusado a renunciar à sua fé, quando se encontrava grávida da sua segunda filha. A acusada, Meriam Yahya Ibrahim, deu à luz 12 dias depois da condenação, já no corredor da morte, onde se encontrava com o seu primeiro filho. Tinha dois anos para amamentar a bebé, período após o qual seria executada, mas acabou por ser posta em liberdade um mês depois, na sequência da enorme pressão internacional que recaiu sobre o regime sudanês.

Abdul Bari salientou que o seu gabinete está particularmente empenhado em eliminar “todas as disposições discriminatórias contra as mulheres e as crianças”. Nesse sentido, o Conselho Soberano do Sudão ratificou a lei que criminaliza a mutilação genital feminina, aprovada em maio. A nova lei prevê uma pena de prisão de até três anos para aqueles que realizem a mutilação genital, e ainda o encerramento de hospitais e clínicas onde a mesma seja praticada.

 

[related_posts_by_tax format=”thumbnails” image_size=”medium” posts_per_page=”3″ title=”Artigos relacionados” exclude_terms=”49,193,194″]

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

Inscreva-se aqui
e receba as nossas notícias

Boas notícias

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel

Revisão da lei aprovada

“É o fim da prisão perpétua para os inimputáveis”, e da greve de fome para Ezequiel

Há uma nova luz ao fundo da prisão para Ezequiel Ribeiro – que esteve durante 21 dias em greve de fome como protesto pelos seus já 37 anos de detenção – e também para os restantes 203 inimputáveis que, tal como ele, têm visto ser-lhes prolongado o internamento em estabelecimentos prisionais mesmo depois de terminado o cumprimento das penas a que haviam sido condenados. A revisão da lei da saúde mental, aprovada na passada sexta-feira, 26 de maio, põe fim ao que, na prática, resultava em situações de prisão perpétua.

É notícia

Entre margens

O que se traz em nós depois de entrar em Auschwitz e em Birkenau

O que se traz em nós depois de entrar em Auschwitz e em Birkenau

Entrei pela primeira vez no Campo de Auschwitz, na Polónia, no passado dia 5 de maio. Na viagem de autocarro que começara na belíssima Cracóvia aumentava a minha ansiedade e não conseguia abstrair-me das minhas perguntas de há tantos anos: como se entra num lugar como aquele, sabendo hoje o que sabemos? O que se sente? O que se traz em nós quando depois fazemos o trajeto de regresso que milhares de outros não puderam fazer?

Liberdade e verdade

Liberdade e verdade

As religiões, enquanto se consideram guardiãs da verdade, tendem a conviver mal com a afirmação da liberdade individual. Nas suas fileiras, coartam-na, limitam-na, enquanto apelam permanentemente à obediência férrea a uma autoridade que se considera incontestável, porque garante da verdade.

Cultura e artes

Mal Viver/Viver Mal – O amor nos seus labirintos

Cinema

Mal Viver/Viver Mal – O amor nos seus labirintos

Cada um dos filmes do díptico é diferente (vale a pena notar a maneira diferente de filmar), e até será possível ver um sem o outro, mas ficaria um retrato muito incompleto e muitas coisas não explicitadas. Mal Viver é mais pesado, Viver Mal é mais divertido, amargamente divertido, porque igualmente cruel.

Sete Partidas

A minha vida daria um livro

A minha vida daria um livro

Há dias, apanhei o Uber de Copacabana para a Barra Da Tijuca – para quem não conhece o percurso, posso esclarecer que demora, dependendo do trânsito, aproximadamente uma hora. O condutor, para quebrar o silêncio da demorada viagem, perguntou que exposição ou filme eu ia ver à Cidade das Artes; respondi-lhe que ia para a apresentação do meu livro na biblioteca do recinto.

Aquele que habita os céus sorri

Agenda

[ai1ec view=”agenda” events_limit=”3″]

Ver todas as datas

Parceiros

Fale connosco

Pin It on Pinterest

Share This