
Bispo Rolando Álvarez quando recebeu a visita dos seus irmãos na prisão, a 25 de março de 2023. Foto © Governo da Nicarágua.
Mais de 80 personalidades do mundo católico em Espanha e na América Latina assinaram uma carta conjunta em que pedem o fim da perseguição religiosa levada a cabo pelo regime totalitário de Daniel Ortega e Rosario Murilo na Nicarágua, e a libertação do bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, condenado em fevereiro a 26 anos e quatro meses de prisão “por traição à pátria”, depois de ter recusado o exílio nos Estados Unidos da América juntamente com outros 222 presos políticos expulsos do país.
A notícia é avançada pelo jornal Religión Digital esta quinta-feira, 6 de julho, depois de na passada terça-feira o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos ter exigido que o governo da Nicarágua procedesse “imediatamente à libertação” daquele prelado.
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“Se quisermos ser fiéis ao estilo de Jesus, a denúncia constante de todas as violações dos direitos humanos na Nicarágua e em todas as partes do mundo deve envolver também um amor eficaz que se concretiza no acolhimento humanitário das centenas de milhares de migrantes que abandonaram o país, o acompanhamento dos mais de 300 apátridas, exilados e desnacionalizados pelo regime e a exigência contínua e incessante pela libertação de Monsenhor Rolando Álvarez, a salvaguarda do seu direito de permanecer no seu país e a libertação dos mais mais de 50 presos políticos, que ainda estão detidos”, pode ler-se na missiva.
Esta quarta-feira, alguns meios de comunicação davam conta de que estariam a decorrer negociações entre o Vaticano, a Conferência Episcopal da Nicarágua e o governo do país para que o bispo de Matagalpa fosse libertado e enviado a Roma, mas as mesmas não terão sido bem sucedidas, dado que – como assinalou o bispo de Danlí (Honduras), José Antonio Canales, “Rolando Álvarez não quer sair da Nicarágua. Quer ser livre, sem condições, no seu país”.