Ex-geral dominicano

Timothy Radcliffe é a escolha do Papa para pregar retiro na abertura do Sínodo

| 23 Jan 2023

Frei Timothy Radcliffe OP. Foto © Agência Ecclesia

Timothy Radcliffe defende posições sobre a homossexualidade mais abertas que a do ensino tradicional católico. Foto © Agência Ecclesia

 

O padre dominicano Timothy Radcliffe foi convidado pelo Papa a pregar um retiro de três dias aos bispos e restantes participantes da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, logo no início da reunião, de 1 a 3 de outubro, anunciou em conferência de Imprensa realizada no Vaticano nesta segunda-feira, 23 de janeiro, o cardeal Jean-Claude Hollerich, relator-geral do Sínodo.

Hollerich forneceu também alguns pormenores sobre como se desenrolará o fim-de-semana da juventude [ver 7MARGENS] que antecede a abertura da assembleia sinodal, sublinhando que o encara como “uma continuação da Jornada Mundial da Juventude” e um momento de louvor e adoração protagonizado por jovens dos 18 aos 35 anos de todas as tradições cristãs, com música e oração a cargo da Comunidade de Taizé.

O dominicano Radcliffe nasceu em Londres há 77 anos, esteve sempre ligado aos meios universitários, foi mestre-geral da Ordem Dominicana de 1992 a 2001, é autor de vasta literatura, muita dela traduzida em português e editada pela Paulinas Editora, e a sua visão sobre a homossexualidade é mais aberta do que a tradicionalmente proposta pela Igreja Católica.

A este propósito, a Catholic News Agency num artigo assinado por Courtney Mares também neste dia 23, lembra que em 2013, no Anglican Pilling Report, Radcliffe escreveu, sobre o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo: “Não podemos começar pela questão de saber se é permitido ou proibido! Devemos perguntar o que significa e até que ponto é eucarístico. Certamente pode ser generoso, vulnerável, terno, mútuo e não violento. Então, de muitas maneiras, penso que pode ser expressivo da autodoação de Cristo.”

O próprio cardeal Hollerich respondeu em 24 de outubro de 2022 à pergunta do jornal L’Osservatore Romano sobre o que pensava quanto à decisão tomada pelos bispos flamengos de abençoarem casais homossexuais, dizendo: “Francamente, a questão não me parece decisiva. Se nos cingirmos à etimologia do ‘bem-dizer’, pensam que Deus alguma vez poderia ‘dizer-mal’ de duas pessoas que se amam?”

O cardeal relator disse também, na conferência de Imprensa de segunda-feira não estar preocupado com a existência de “opiniões diferentes na Igreja Católica”, pois “as tensões [têm] algo de positivo”. “Não precisamos do Sínodo na Igreja Católica para viver tensões. Já existem tensões sem o Sínodo e essas tensões vêm de cada um honestamente querer dizer, ou partilhar, sobre como podemos seguir Cristo e anunciá-lo no mundo de hoje. Essa é a fonte de tensão”, disse Hollerich, que rematou: “O Sínodo não é sobre a política da Igreja. Trata-se de ouvir o Espírito de Deus e avançar juntos e orar. [É por isso que] depois da vigília de oração, os bispos e os participantes do sínodo partirão para um retiro de três dias. Começamos com a oração, ouvindo o Espírito.”

 

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