Conferência da Comissão Justiça e Paz

Trabalhadores e empresários cristãos devem fazer “mais do que apelar a princípios abstratos”

| 20 Jan 2023

conferencia comissao nacional justica e paz 2019, foto caritas portuguesa

Tal como em anos anteriores, a conferência decorrerá no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, e será também possível assistir online. Foto © Cáritas Portuguesa.

 

Vários estudos sobre a pobreza indicam que uma boa parte das pessoas pobres não estão desempregadas: têm trabalho, mas os seus salários são demasiado baixos. Face a este problema, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) decidiu, na sua conferência anual, juntar trabalhadores e empresários cristãos para que, inspirados pela Doutrina Social da Igreja, possam refletir sobre o tema “Salários justos contra a pobreza” e fazer “mais do que apelar a princípios abstratos”. A iniciativa decorre este sábado, 21 de janeiro, em Lisboa, e a participação é gratuita e aberta a todos.

“O facto de as pessoas terem um trabalho não as livra da pobreza e esta é uma situação que tem de ser alterada”, alerta Pedro Vaz Patto, presidente da CNJP em declarações ao 7MARGENS. “O Papa já o tem dito várias vezes: o trabalho realiza e dignifica a pessoa, mas há que sublinhar a importância da remuneração”.

Nesse sentido, Vaz Patto defende ser essencial que “trabalhadores e empresários cheguem a alguns consensos”. Concretamente, no caso da conferência anual da CNJP, o que se pretende é que trabalhadores e empresários cristãos, que estarão representados pela Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC), pela Juventude Operária Católica (JOC) e pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), “concretizem de alguma forma os princípios da Doutrina Social da Igreja na qual ambos se inspiram, e que não são conceitos vazios”.

Conferencia CNJP 2023 cartaz

“Mesmo que não se consiga um consenso total em relação a medidas concretas”, o presidente da CNJP considera que esta conferência, onde além da LOC-MTC, da JOC e da ACEGE estarão também representadas a Ação Católica Rural (ACR), o Metanoia – Movimento Católico de Profissionais, e a Cáritas Portuguesa, pode dar alguns passos em frente para “corrigir a desigualdade na distribuição dos rendimentos” e “valorizar mais determinadas profissões”.

A abertura da conferência estará a cargo de Pedro Vaz Patto e do bispo José Traquina, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, à qual se seguirá a intervenção do professor José António Pereirinha, da Universidade de Lisboa, sobre “rendimento condigno em Portugal”.

Logo depois, será apresentado o Relatório Cáritas Cares 2022 sobre mercados de trabalho inclusivos. Seguem-se as intervenções de Américo Monteiro e Gabriel Esteves (em representação da LOC-MTC e da JOC, respetivamente) e de João Pedro Tavares (ACEGE).

A conferência terminará ao final da manhã com a apresentação de um manifesto conjunto. Este manifesto, adianta Pedro Vaz Patto, “resulta do diálogo entre as diferentes entidades, que já se iniciou antes desta conferência e que reflete os princípios de onde todos partimos, da Doutrina Social da Igreja, a quaestabelece critérios em relação àquilo que se deve considerar um salário justo, e que não são apenas critérios de mercado”.

A conferência decorrerá no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, a partir das 9h15. Será também possível participar através de videoconferência. Até ao momento, estão já inscritos mais de 200 participantes, e os interessados poderão ainda fazer o seu registo através do seguinte link: https://forms.gle/gffxtvmSaVaQ8Yj46.

 

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