
“Num contexto global de inflação desmedida que está a gerar um maior empobrecimento nas famílias trabalhadoras”, as condições de trabalho “não garantem cobrir as necessidades básicas” nem “as necessidades de cuidado pessoal e familiar”, alerta o MMTC. Foto © Prezemek Klos.
“Num mundo em conflito, com profundas desigualdades e ambientalmente insustentável, o trabalho digno representa o caminho para a paz e a justiça social”, defende o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, na véspera do Dia Internacional pelo Trabalho Digno, que se assinala nesta sexta-feira, 7 de outubro. A mensagem foi divulgada hoje em Portugal pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, no dia em que dinamiza também, pelas 21 horas, uma videoconferência subordinada ao tema “Trabalho digno para todos”.
A conferência, que contará com as intervenções do bispo auxiliar de Braga, Nuno Almeida, e da diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Lisboa, Mafalda Troncho, é aberta à participação de todos, mediante inscrição online e será também transmitida através da página de Facebook da LOC/MTC.Portugal.
Na mensagem, o MMTC sublinha que “o acesso ao trabalho por parte de todos é uma prioridade irrenunciável”, porque é esse trabalho que “permite caminhar juntos como povo para uma vida digna”, desde que o mesmo seja “livre, criativo, participativo e solidário”.
No entanto, “muitas pessoas trabalhadoras migrantes ficam excluídas dos direitos laborais e sociais”, denuncia o MMTC, e “as pessoas assalariadas dos serviços essenciais carecem, em demasiadas ocasiões, de suficiente reconhecimento social e de condições de trabalho dignas”.
Atualmente, “num contexto global de subida de preços e de inflação desmedida que está a gerar um maior empobrecimento nas famílias trabalhadoras”, as condições de trabalho “não garantem cobrir as necessidades básicas, nem são compatíveis com as necessidades de cuidado pessoal e familiar”, alerta o movimento.
Entre as soluções propostas, incluem-se o estabelecimento de “um salário universal”, a “redução do horário laboral”, e “acordos internacionais que reconheçam na prática a prioridade da pessoa e promovam com eficiência a distribuição equitativa dos resultados da atividade económica”.
Citando a mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial da Paz deste ano, os trabalhadores cristãos sublinham que “é mais urgente que nunca que se promovam em todo o mundo condições laborais dignas, orientadas para o bem comum e ao cuidado da criação. É necessário assegurar e sustentar a liberdade das iniciativas empresariais e, ao mesmo tempo, fomentar uma responsabilidade social renovada, para que o lucro não seja o único princípio regulador”.
“Igualmente, queremos promover a participação e implicação coletiva, também no âmbito da Igreja, na tarefa samaritana de defender condições de trabalho digno”, concluem.