
A reportagem “Fardados e consagrados” sobre “como a Igreja Universal está doutrinando as forças policiais do Brasil – e os governos fingem que não veem” é um dos textos mais recentes sobre a IURD disponíveis no site do The Intercept. Foto: direitos reservados.
O jornal The Intercept Brasil anunciou esta quarta-feira, dia 13, que foi oficialmente arquivado o inquérito policial que lhe havia sido movido pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada por Edir Macedo, também proprietário do Grupo Record e da RecordTV, a segunda maior emissora de televisão do Brasil. “Vencemos!”, afirma o jornal numa newsletter enviada aos leitores.
O Intercept Brasil diz que, na decisão, o Ministério Público de S. Paulo reconheceu que as revelações jornalísticas sobre as “entranhas financeiras da Igreja Universal, como detalhes explosivos de um alegado esquema bilionário de lavagem de dinheiro, eram de interesse público e reforçou o direito constitucional de jornalistas de publicar tais informações sem censura e sem a obrigação de revelar as suas fontes”.
A reportagem “Fardados e consagrados” sobre “como a Igreja Universal está doutrinando as forças policiais do Brasil – e os governos fingem que não veem”, assinada pelos jornalistas Gilberto Nascimento e Tatiana Dias e publicada em Maio deste ano, é um dos textos mais recentes sobre a IURD disponíveis no site do jornal, onde se apresentam pormenores sobre a intimidação de que o Intercept foi alvo por ter revelado em 2022 “as entranhas financeiras da Igreja Universal do Reino de Deus”.
Na reacção à decisão judicial, o Intercept Brasil afirma que “mesmo uma aceitação parcial dos argumentos da Igreja Universal abriria um precedente perigoso para a liberdade de imprensa e esta possibilidade precisava ser combatida ferozmente”.
A newsletter serve para agradecer a todos os que apoiaram o Intercept Brasil – “seja financeiramente ou divulgando o caso”.
O jornal conclui com uma declaração de propósitos: “Não nos intimidamos e não vamos recuar. Queremos continuar a investigar os negócios suspeitos da Igreja Universal, de Edir Macedo e do seu enorme império empresarial da fé”.