“Jesus continua a ser a minha alegria”, “é quem me dá força para viver”, por isso “mantenho Jesus no meu coração e como meu horizonte” – são expressões contidas num dos mais famosos corais de Johann Sebastian Bach, Jesus bleibet meine Freude. Também conhecido na sua versão francesa com o título Jésus, que ma joie demeure (Jesus, que a minha alegria permaneça), este hino traduz a atitude de fidelidade e esperança do crente, nos tempos bons como nos maus, na paz como no sofrimento.
É aqui interpretado, na forma possível adequada ao confinamento, pelo Thomanerchor, o coro de rapazes da Igreja de S. Tomé, em Leipzig, a mesma onde Johann Sebastian Bach foi organista e dirigente musical (Kapellmeister e Thomaskantor) durante quase trinta anos, e onde se encontra também o seu túmulo.
O Thomanerchor foi fundado no princípio do séc. XIII, quando os monges agostinhos (a mesma ordem a que mais tarde pertenceu Martinho Lutero) se estabeleceram na cidade. Depois da Reforma protestante, tanto a escola como o coro permaneceram em Leipzig. A ThomasKirche de Leipzig pertence à Igreja Evangélica Luterana da Saxónia.
Como nos conta a pastora Eva Michel, a viver e trabalhar em Portugal há muitos anos, o Thomanerchor sobreviveu também à RDA (República Democrática da Alemanha), mantendo ao longo de todos os tempos esta sua forma de anunciar o Evangelho da alegria que temos em Cristo – e vai certamente sobreviver agora à pandemia.