
Lily Ebert, judia de 96 anos, sobrevivente do Holocausto, a ser vacinada contra a covid-19 quinta-feira, 17, véspera do fim do Hanuká. Foto reproduzida do Twitter do bisneto, Dov Forman.
Lily Ebert, judia de 96 anos e sobrevivente do Holocausto, recebeu a vacina contra a covid-19 na tarde de quinta-feira em Inglaterra enquanto o bisneto, Dov Forman, se referia ao acontecimento como um “milagre de Hanuká”.
Forman referia-se deste modo à festa do calendário judaico que, desde o dia 11 até 18 de Dezembro, celebrou a reinauguração do Templo de Jerusalém, depois de ter sido profanado pelos selêucidas sírios.
Lily Ebert, nascida na Hungria, que sobreviveu a Auschwitz, recebeu a vacina numa organização comunitária de assistência social, e instou funcionários e utentes dos serviços a fazerem o mesmo, conta o Jewish News.
O Holocaust Educational Trust, organização que promove o conhecimento sobre o Holocausto, informou que Lily se sentia óptima e estava “muito grata a todos os envolvidos”.
Uma semana antes, Eve Kugler, 89 anos, tornara-se a primeira sobrevivente conhecida a receber a vacina, de acordo com a mesma fonte.
Quinta-feira, Harry Kessler, que nasceu em 1930 e fugiu da Checoslováquia para Inglaterra, também foi vacinada. Com 90 anos, Kessler, que vive em Southport (Centro-Oeste de Inglaterra, 30 quilómetros a Norte de Liverpool), afirmou-se absolutamente encantado por ter recebido a vacina.
Em 165 a.E.C. (antes da Era Comum), Judá Macabeu liderou uma guerra de guerrilha judaica contra a ocupação dos selêucidas cujo rei, Antioco Epifânio, queria helenizar a Síria e a Judeia, tendo proibido a celebração do Shabath, a leitura da Bíblia e a circuncisão. Uma das medidas que tomou mais ultrajantes para os judeus foi ordenar sacrifícios com porcos no Templo de Jerusalém, onde também mandou colocar uma estátua de Júpiter.
Depois da reconquista de Jerusalém, os judeus purificaram o Templo e terão encontrado um pote com azeite para acender a chama sagrada durante um dia. Mas o azeite acabou por durar oito dias. E é para fazer essa memória que os judeus acendem anualmente (segundo o calendário lunar), em cada um dos oito dias, uma lamparina do candelabro de Hanuká, além de uma vela que é acesa diariamente. A festa de Hanuká, tal como o Natal para os cristãos, tem um carácter essencialmente familiar.