No texto que escreveu para o livro Sociedade Recreativa, de Luís Afonso, o escultor João Cutileiro, que morreu neste início de Janeiro (também início de ano e início de década) dizia que o cartunista “desenha o mundo para melhor o ver e compreender”. Nesta selecção de desenhos desse álbum (incialmente publicados no Público) que Luís Afonso ofereceu ao 7MARGENS é isso mesmo que aqui temos: um desenho do mundo, para melhor o vermos e compreendermos, sempre com humor. Um mundo que, além da fome, da guerra, da emergência climática ou das falsas prioridades, se confronta agora com a contaminação de um vírus que reflecte os maus modos de gestão do planeta e das relações entre pessoas e povos. Rir com estes desenhos é a melhor forma de pensar como podemos mudar. E é dessa forma que o 7MARGENS, que neste 7 de Janeiro entrou no seu terceiro ano de vida, deseja a todas e todos os seus leitores um bom ano, apesar da tormenta que nos envolve.

Precisamos de nos ouvir (21) – Luísa Ribeiro Ferreira: Um confinamento na companhia de Espinosa novidade
Recebi do 7MARGENS um convite para escrever sobre a minha experiência desta pandemia, partilhando a fragilidade da condição que actualmente vivemos. Respondo recorrendo a Espinosa, o filósofo com quem mais tenho dialogado e que durante o presente confinamento revisitei várias vezes, quer por obrigação (atendendo a compromissos) quer por devoção (a leitura das suas obras é sempre gratificante).