
Cartaz de divulgação do curso que estava previsto para o segundo semestre na Universidade de Santiago de Compostela.
A Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) cancelou um seminário intitulado “Auschwitz/Gaza: um campo de testes para literatura comparada”, após ter sido alvo de fortes acusações de banalização do Holocausto, ao compará-lo com o conflito israelo-palestiniano, avançou este domingo, 29, o jornal Jewish News.
Numa carta enviada ao ministro do ensino superior de Espanha, Manuel Castells Olián, o diretor do Centro Simon Wiesenthal (uma das maiores organizações internacionais judaicas de defesa dos direitos humanos) condenava o “título e conteúdo esperado” do curso em causa, afirmando não se tratar de “uma questão de liberdade de expressão, mas uma banalização do Holocausto, que pode incitar ao ódio e à violência contra os judeus de hoje”.
Também a Associação Galega de Amizade com Israel publicou um comunicado na sua página de Facebook, onde destacava que “há um consenso da maioria em considerar, como uma forma clara de antissemitismo contemporâneo, a banalização do Holocausto e a comparação do genocídio judeu ao conflito israelo-palestiniano”.
“Estou completamente indignado com a banalização do Holocausto na sua forma mais plena, disfarçado de intelectualismo e apresentado como um discurso racional, no quadro de uma universidade pública espanhola”, afirmou por seu lado Mario Sinay, especialista em educação sobre o Holocausto, a uma rádio argentina.
A Universidade de Santiago de Compostela não emitiu qualquer comentário sobre o tema, mas o Congresso Europeu de Judeus informou na passada quarta-feira que o curso tinha sido cancelado.