Canadá

Vala comum com 215 crianças: Igreja expressa a sua dor

| 1 Jun 2021

O internato de Kamloops, no Canadá. Foto: Direitos reservados.

Diante do macabro dos restos mortais de 215 crianças de comunidades indígenas do Canadá, numa vala comum dos terrenos de um internato, descobertos na semana passada, a opinião pública daquele país reagiu expressando “choque” e vergonha”, segundo relatam os media locais.

Não sendo a primeira vez que a sociedade canadiana se defronta com este legado, ele choca tanto mais quanto a maior parte das crianças eram arrancadas à família com o argumento de que deveriam ser integradas na sociedade.

A descoberta dos restos mortais surgiram na província de Colúmbia Britânica, na localidade de Kamloops, em terrenos pertencentes a um internato, de uma rede sob a responsabilidade da Igreja Católica, que ali funcionou entre finais do século XIX e os finais dos anos 70, do século passado. Ainda que não estejam apuradas as causas de morte de tantas crianças, suspeita-se que estejam relacionadas com epidemias, nomeadamente de tuberculose, que dizimaram a instituição em momentos diferentes, combinadas, em muitos casos, com desnutrição e violência.

Este caso, que o primeiro-ministro Justin Trudeau considerou “uma recordação dolorosa” de “um capítulo vergonhoso” da história do Canadá, é, contudo, apenas um exemplo de vários outros internatos análogos que existiram noutras partes do país, geridos ora pelo Estado ora por instituições religiosas. Criados inicialmente por John Macdonald, o primeiro chefe de Governo, foram pensadas pelo fundador com o objetivo de retirar as crianças indígenas às famílias para evitar que crescessem como “selvagens”. Muitas nunca mais voltaram a ver os pais.

A Conferência dos Bispos da Igreja Católica do Canadá, expressou esta segunda-feira, 31, a sua dor sublinhando que “estes acontecimentos reavivam o sofrimento de um passado doloroso”, comprometendo-se a “prosseguir no presente o seu caminho na proximidade com os povos autóctones, na busca de uma maior cura e reconciliação para o futuro”. Diz-se ainda disposta a “acompanhar de forma perseverante as famílias e as comunidades autóctones”.

 

 

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Em Lisboa

Servas de N. Sra. de Fátima dinamizam “Conversas JMJ”

O Luiza Andaluz Centro de Conhecimento, ligado á congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, acolhe na próxima quinta-feira, 30 de março, a primeira de três sessões do ciclo de “Conversas JMJ”. Esta primeira conversa, que decorrerá na Casa de São Mamede, em Lisboa, pelas 21h30, tem como título “Maria – mulheres de hoje” e será dedicada ao papel da mulher na sociedade atual.

Igreja Católica de França terá assembleia sinodal de 3 em 3 anos

Bispos reestruturam conferência episcopal

Igreja Católica de França terá assembleia sinodal de 3 em 3 anos novidade

Os bispos franceses anunciaram um vasto conjunto de iniciativas e linhas de ação com vista a combater os abusos sexuais na Igreja. Ano e meio depois da apresentação do relatório sobre o tema, os bispos abriram a assembleia da Conferência Episcopal (CEF) à participação de representantes dos fiéis. Uma assembleia sinodal realizar-se-á de três em três anos, em torno de matérias relevantes para a vida da Igreja e da sociedade.

Um lamento de sangue e beleza

Cinema

Um lamento de sangue e beleza novidade

Toda a Beleza e a Carnificina é um documentário de 2022 da realizadora Laura Poitras, que nos leva a percorrer vários períodos da vida e obra da fotógrafa Nan Goldin (1953). (Crítica de Sara Leão).

Jovens vão dizer aos bispos o que querem discutir, num modelo inédito de catequeses da JMJ

Inspirado no processo sinodal

Jovens vão dizer aos bispos o que querem discutir, num modelo inédito de catequeses da JMJ

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 vai inaugurar um novo modelo de catequeses com os bispos, em que os jovens serão “os verdadeiros protagonistas”. Pela primeira vez na história das Jornadas, os jovens de todo o mundo são desafiados a refletir previamente sobre os temas dessas catequeses (as quais mudam de designação e passam a chamar-se encontros) e a partilhar com a organização da JMJ os resultados dessa reflexão. Os encontros, que ocuparão as manhãs de dias 2, 3 e 4 de agosto, serão preparados tendo em conta esses contributos.

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This