
Vista de Roma a partir da torre de S. Pedro. As novas diretrizes ordenam que os departamentos do Vaticano encerrem as suas contas de investimento ou ações em bancos estrangeiros, incluindo Itália. Foto © Caleb Miller | Unsplash.
A Secretaria para a Economia (SPE) do Vaticano anunciou esta terça-feira, 20 de julho, uma nova política de investimentos para assegurar que os mesmos sejam éticos, verdes, de baixo risco e, em suma, “destinados a contribuir para um mundo mais justo e sustentável”.
Os investimentos da Santa Sé deverão estar “alinhados com os ensinamentos da Igreja católica, com exclusões específicas de investimentos financeiros que contradizem os seus princípios fundamentais, tais como a santidade da vida ou a dignidade do ser humano ou o bem comum”, pode ler-se no comunicado.
As novas diretrizes ordenam ainda que os departamentos do Vaticano encerrem as suas contas de investimento ou ações em bancos estrangeiros, incluindo Itália. As contas deverão ser transferidas para o Banco do Vaticano, de forma a serem supervisionadas por um departamento chamado Administração do Património da Santa Sé (APSA). Em causa estão cerca de dois mil milhões de euros em investimentos do Vaticano, segundo a agência Reuters, citada pela Renascença.
A nova política de investimentos vai entrar em vigor no próximo dia 1 de setembro, “com um período de moratória para se adaptar aos critérios propostos”, e foi aprovada ad experimentum por cinco anos.
Há pouco mais de um ano, o Papa havia já definido normas e disposições sobre “transparência na gestão das finanças públicas” da Santa Sé. No início deste mês, em entrevista à Reuters, elogiou as reformas financeiras em curso no Vaticano, manifestando a sua esperança de que as medidas em vigor possam impedir novos escândalos.