
Marian Gołębiewski, 83, fica afastado de quaisquer celebrações públicas e deverá doar “uma quantia apropriada” dos seus fundos pessoais a uma instituição católica de proteção de menores. Foto © Diocese de Wroclaw.
O Vaticano voltou a sancionar um bispo católico polaco por ter encoberto atos de pedofilia cometidos por membros do clero naquele país. Trata-se de Marian Gołębiewski, ex-arcebispo de Wroclaw, e a sua condenação foi anunciada este sábado, 21 de agosto, num comunicado daquela diocese, divulgou a Catholic News Agency.
Gołębiewski, 83, e reformado do cargo de arcebispo desde 2013, está agora proibido de participar “em quaisquer cerimónias públicas, tanto religiosas quanto seculares”, e “como penitência” deverá doar “uma quantia apropriada” dos seus fundos pessoais a uma instituição católica de proteção de menores.
“No seguimento de notificações formais a Santa Sé conduziu um procedimento relativo à alegada negligência do arcebispo Marian Gołębiewski em casos de abusos sexuais de menores por certos padres”, pode ler-se no comunicado. Os factos terão ocorrido de 2004 a 2013, quando Gołębiewski chefiava a arquidiocese de Wroclaw, e também de 1996 a 2004, época em que foi bispo de Koszalin-Kolobrzeg.
Em março deste ano, também na Polónia, tinham já sido aplicadas sanções ao arcebispo Sławoj Głódź e ao bispo Edward Janiak por negligência no tratamento de casos de abusos sexuais de menores nas suas dioceses. Dois meses depois, pelos mesmos motivos, eram impostas penalizações ao bispo Tadeusz Rakoczy, e o Papa Francisco aceitava o pedido de renúncia do bispo Jan Tyrawa, de 72 anos, no final de uma investigação por má gestão de vários casos de pedofilia.
De acordo com um relatório da Igreja da Polónia, apresentado no passado mês de junho, entre 1958 e 2020 houve 292 padres que abusaram de 368 menores naquele país.