
O presidente da Conferência dos Bispos Alemães, Georg Bätzing, e a presidente do Caminho Sinodal, Irme Stetter-Karp, aplaudiram a decisão do Papa. Foto © Der Synodaler Weg / Maximilian von Lachner.
O anúncio do prolongamento do Sínodo católico até outubro de 2024 “mostra que o Papa Francisco acredita que a sinodalidade é o momento crucial da mudança”, lê-se num comunicado assinado pela presidente do Caminho Sinodal, Irme Stetter-Karp, e pelo presidente da conferência dos bispos alemães, Georg Bätzing, divulgado dia 17 de outubro.
Classificando a decisão papal como “um sinal importante que deixa claro que a Igreja está a enfrentar grandes desafios em todo o mundo e enfrenta-os sublinhando a necessidade de mudança”, os dois responsáveis católicos lembram que o Papa “enfatiza expressamente a participação do povo de Deus”, pelo que assumem que “essa participação não terminou com o processo de consulta de 2021” e concluem afirmando: “No Caminho Sinodal na Alemanha, vivemos a consulta, a cooperação direta, como um momento decisivo de mudança.”
A via sinodal alemã tem provocado vasta controvérsia, quer pela metodologia que tem seguido no seu processo de deliberação quer sobretudo pelas decisões tomadas em matérias como o celibato dos padres, o acesso das mulheres à ordenação, o pedido da revisão da doutrina católica sobre a sexualidade [ver 7MARGENS] e a participação dos batizados no governo das suas comunidades.
Sem referir essas polémicas, o comunicado de dia 17 refere a “resolução” de continuar nesse caminho, mas aproveitando o tempo agora mais estendido para o percorrer com “calma”: “A decisão do Papa ajuda a moldar o processo e assim dar os passos certos com calma e capacidade de decisão. A Igreja na Alemanha quer, com a experiência da sua via sinodal, dar a sua contribuição ao processo mundial. Estamos a avançar resolutamente nesse caminho”.