
No respeitante a homicídios voluntários em contexto doméstico, foram registados cinco no último trimestre. Foto © Gaia Moments.
Aumentou o número de vítimas mortais de violência doméstica em 2022 e cresceu igualmente o número de vítimas acolhidas na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD) assim como o número de episódios de atendimento através dos canais de teleassistência.
Com a publicação dos dados relativos ao quarto trimestre do ano findo, que a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) acaba de editar, conclui-se que o panorama geral é de um agravamento sensível relativamente ao trimestre homólogo de 2021, mas também do conjunto do ano de 2022 face ao ano anterior.
No respeitante a homicídios voluntários em contexto doméstico, foram registados cinco no último trimestre. O ano de 2022 registou no total dos trimestres 28 casos, mais cinco do que em 2021. Dos 28 homicídios, 24 incidiram sobre mulheres e quatro sobre crianças.
No período relativo a outubro-dezembro de 2022, a RNAVVD acolheu 1.455 pessoas. Destas, mais de metade (54,2 por cento) são mulheres, 44,7 por cento são crianças e 1,2 por cento são homens.
Foram realizados transportes de 343 vítimas e foram aplicadas 4.314 medidas de proteção por teleassistência no âmbito do crime de violência doméstica, o número mais elevado dos quatro trimestres de 2022. À PSP e GNR foram participadas 8.887 ocorrências.
No trimestre em referência, a CIG indica terem sido aplicadas 1.151 medidas de coação no âmbito do crime de violência doméstica e estão integradas em programas para agressores 3.078 pessoas.