Visita Pascal 2022? Vamos lá sinodalizar?!

| 27 Fev 2022

Visita Pascal

“…não se poderia pensar numa visita pascal que fosse uma espécie de “arruada” pelas várias ruas e lugares da paróquia, mesmo sem entrar nas casas dos paroquianos?” Foto: Visita pascal em Goios, Barcelos. © José Campinho, cedida pelo autor.

 

São horas de sinodalizarmos as nossas opções pastorais, a propósito da Visita Pascal de 2022, que se avizinha, para caminharmos juntos e não cada um para seu lado…

É tempo de nos ouvirmos, de conversarmos, de partilharmos ideias e sugestões, para discernirmos juntos as melhores escolhas. Façamo-lo no âmbito dos nossos conselhos pastorais e vicariais, no diálogo franco com as pessoas da comunidade e mesmo com aquelas que nos parecem mais distantes e têm uma palavra a dizer. Através das redes sociais, também podemos escutar e dizer o que nos vai na alma. A conversar é que a gente se entende!

Por isso, valerá bem a pena conversar calmamente sobre a Visita Pascal de 2022. Deixo algumas pistas para uma escuta humilde e para tomarmos a palavra, de forma sensata, corajosa e criativa, sobre os caminhos que podemos percorrer juntos:

1. No contexto de uma pandemia, que não nos largará de vez, mas que dará lugar a uma endemia, com menos restrições no âmbito da convivialidade humana, seria ainda precoce, este ano, fazer uma visita pascal “casa a casa”. Porquê? Os movimentos de entrada e de saída, de proximidade e de contactos entre pessoas de proveniências diversas, podiam potenciar focos de contágio e de propagação do vírus que a ninguém interessa. Estaremos de acordo quanto a isto?

2. Os que, porventura, defendem, já para este ano, uma visita pascal, casa a casa, no estilo tradicional, anterior à pandemia, como sugerem o controlo destes riscos de contágio, provocados por grupos de pessoas que andam de casa em casa? Não estarão as nossas famílias “de pé atrás” relativamente a uma visita pascal, casa a casa? Qual seria a sua recetividade? Não será uma temeridade esta mobilidade?

3. A veneração à Cruz Pascal com um beijo, seja na rua, seja dentro de casa, é uma prática a evitar, por razões sanitárias óbvias. Mas concordamos todos com isto? Não se poderia pensar num gesto diferente de veneração à Cruz: uma inclinação, a oferta de uma flor, a recitação de uma oração pascal ou de uma oração de bênção da cruz, etc.?

4. Eventualmente poderia admitir-se o beijo à Cruz – dirão alguns – desde que esta Cruz (beijada dentro ou fora de casa) fosse única e própria em cada família. Mas isso não poria em causa o sinal comum de uma cruz paroquial pascal? Não seria, mesmo no caso de se beijar uma cruz familiar, um gesto de riscos incontroláveis, tendo em conta que se reúnem em famílias, neste dia, pessoas não coabitantes? Que pensamos disto? O gesto do beijo da Cruz, na visita pascal, não será uma prática a rever, desde agora e para sempre?

5. Para dar alguns passos, num tempo que já é bem diferente daquele que vivemos na Páscoa de 2020 e 2021, não se poderia pensar numa visita pascal que fosse uma espécie de “arruada” pelas várias ruas e lugares da paróquia, mesmo sem entrar nas casas dos paroquianos?

6. Não se poderiam organizar percursos de visita pascal, por ruas e lugares da paróquia, com o toque das campainhas, convocando as pessoas a descerem e a saírem à rua, a virem à porta de casa, a reunirem-se em pequenos grupos, para publicamente saudar e rezar um pouco, em volta da Cruz Pascal e paroquial?

7. Não se poderia, em alguns casos, sinalizar previamente alguns lugares ou zonas da paróquia, onde a equipa da visita pascal parasse para aí fazer uma oração pascal, ou uma oração de bênção e de veneração à Cruz, com os vizinhos dessa zona?!

8. Sendo que os contextos pastorais são muito diversificados, como poderíamos adotar práticas que manifestassem o nosso propósito de “caminhar juntos” também na retoma criativa da Visita Pascal?

Aqui estão algumas perguntas para nos sinodalizarmos. Não são questões de doutrina ou de salvação, mas podem ser oportunidade para nos interrogarmos sobre o modo como estamos a caminhar juntos e que passos o Espírito Santo nos sugere, para recriar ou retomar uma prática tradicional, tão bela, como é esta da visita pascal.

 

Amaro Gonçalo é padre católico e pároco de Nossa Senhora da Hora, diocese do Porto.

A freira que quer mobilizar 100 mil religiosas na luta contra o tráfico humano

Irmã Seli Thomas

A freira que quer mobilizar 100 mil religiosas na luta contra o tráfico humano novidade

“Mais de 100 mil religiosas estão na Índia. (…) Se todas trabalhássemos juntas no combate ao tráfico através do nosso próprio ministério, poderíamos salvar muitas vidas”. O apelo foi lançado pela irmã Seli Thomas (religiosa indiana das Irmãs Catequistas de Maria Imaculada Auxiliadora), durante o encontro da AMRAT – Talitha Kum, aliança internacional de religiosas contra o tráfico, que decorreu no passado fim de semana na Índia.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

“Em cada oportunidade, estás tu”

Ajuda em Ação lança campanha para promover projetos de educação e emprego

“Em cada oportunidade, estás tu” é o mote da nova campanha de Natal da fundação Ajuda em Ação, que apela a que todos os portugueses ofereçam “de presente” uma oportunidade a quem, devido ao seu contexto de vulnerabilidade social, nunca a alcançou. Os donativos recebidos revertem para apoiar os programas de educação, empregabilidade jovem e empreendedorismo feminino da organização.

Amnistia pede a líderes africanos na COP28 que se unam em defesa dos direitos humanos

Alertando para "erros" do passado

Amnistia pede a líderes africanos na COP28 que se unam em defesa dos direitos humanos novidade

Os líderes africanos que vão participar na cimeira sobre o clima das Nações Unidas, COP28, “devem evitar os erros cometidos durante a Cimeira Africana do Clima”, que decorreu no passado mês de setembro, e na qual adotaram a Declaração de Nairobi sobre as Alterações Climáticas e Apelo à Ação. Porque esta, “em muitos aspetos, não deu prioridade efetiva aos direitos humanos e à justiça climática para o continente”, alertou a Amnistia Internacional.

Plataforma PAJE e associação ProChild distinguidas com o Prémio Direitos Humanos 2023

Iniciativa da Assembleia da República

Plataforma PAJE e associação ProChild distinguidas com o Prémio Direitos Humanos 2023 novidade

Duas organizações que têm trabalhado na área da proteção das crianças foram as escolhidas pela Assembleia da República para receber o Prémio Direitos Humanos 2023: a P.A.J.E. – Plataforma de Apoio a Jovens ex-Acolhidos e o ProChild – Laboratório Colaborativo. Será ainda atribuída a Medalha de Ouro Comemorativa do 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos aos membros da extinta Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, adianta um comunicado divulgado pelo Parlamento.

Igreja: não nos serve uma simples administração

Igreja: não nos serve uma simples administração novidade

Falemos claro, sem personalizar ou localizar, mas pelo que acontece, quase sempre e em toda a parte, nos mesmos cargos, e nas mesmas circunstâncias. Intervenhamos numa atitude conventual, numa expressão que hoje praticamente não se usa e nem sei se se pratica, a chamada “correcção fraterna”. Quero referir-me aos últimos acontecimentos, particularmente, na Igreja; novos Bispos sagrados e novos cardeais purpurados ou investidos e também novas colocações de Párocos. (Serafim Falcão)

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This