Igreja indemniza

Vítimas de abusos em França receberão até 60 mil euros

| 3 Jun 2022

Abusos sexuais, França, Lourdes

Imagem do memorial das vítimas de abusos sexuais do clero em França, no exterior da Igreja de Santa Bernadette, em Lourdes. Imagem captada da transmissão em directo da KTO, a 5 de novembro de 2021, durante a celebração de memória e penitência no âmbito da assembleia plenária da Conferência dos Bispos de França.

 

A Igreja Católica em França compensará as vítimas de abuso sexual por padres com uma verba até 60 000 euros. O anúncio da decisão foi feito por Marie Derain de Vaucresson, presidente da Instância Nacional Independente para o Reconhecimento e Reparação (INIRR), citada pelo jornal Le Figaro. 

Este limite, acrescenta a mesma responsável, está muito acima da compensação feita pela justiça civil, que fica pelos 25 000 euros, e é também “mais elevado” do que os montantes concedidos para os mesmos casos por outras igrejas na Europa.

A INIRR, criada pelos bispos franceses na sequência das recomendações do relatório Sauvé, foi criada em Janeiro. Até terça-feira passada, 31 de Maio, tinha recebido 735 pedidos de vítimas, 69% das quais eram homens, com idades entre os 55 e os 70 anos, diz a mesma fonte. 

O Figaro acrescenta que a INIRR trata cada caso de forma personalizada e confidencial, com uma pessoa encarregue de investigar os factos e avaliar responsabilidades e danos. Depois, um grupo de dez especialistas, todos voluntários (psicólogos, advogados, magistrados, médicos e um padre) toma a decisão final, podendo esta ser a de uma “indemnização financeira”, dependendo dos pedidos da vítima. 

Apenas “um pouco mais de metade” das 735 vítimas pediu dinheiro, diz Marie Derain de Vaucresson. A INIRR propõe outras formas de reconhecimento, como uma “cerimónia simbólica” ou um “acompanhamento de apoio”. Ao mesmo tempo, esta estrutura estabeleceu uma “escala de gradação da gravidade da situação” com três eixos: os actos de violência sexual (entre, por exemplo, a exposição sexual e as “múltiplas violações durante mais de cinco anos”); as falhas na prevenção ou no tratamento pela hierarquia (da “hostilidade activa” e “manipulação” da vítima até à apresentação do caso em tribunal); as consequências para a saúde (da “perturbação” imediata sem mais consequências até à “perturbação duradoura” com hospitalização). 

A Instância Independente considera, no entanto, que “o princípio da reparação financeira nunca compensa a vítima na mesma medida do que esta sofreu”.

François Devaux, fundador da La Parole Libérée (“A Palavra Libertada”, uma associação de vítimas) critica o sistema: “A violação é um crime! E é tudo. O que quer a Igreja comprar? A sua responsabilidade?” Ainda no Figaro, o padre Stéphane Joulain, psicoterapeuta especialista neste campo, afirma: “A questão do reconhecimento é muito delicada. Mesmo que seja significativo, continua a ser simbólico. Evidentemente, um símbolo nunca será equivalente ao trauma sofrido. Mas este gesto pode, no entanto, ajudar a virar a página.”

 

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