
“Já não resta muita energia com a qual o Papa Francisco propôs fazer desta Igreja uma Igreja para os pobres”, referiu Wim Wenders numa entrevista. Foto: Wikimedia Commons/Nouvel Écran.
“Parece-me que o Papa se esgotou na sua grande luta”, considera o realizador Wim Wenders, olhando os últimos anos de Francisco, numa entrevista à agência Zenith, citada pela revista Vida Nueva.
Wenders, que realizou o documentário Papa Francisco: Um Homem de Palavra, lançado em 2018, disse que, se fosse entrevistar o Papa novamente, lhe perguntaria por onde anda “o brilho malicioso nos seus olhos”.
O cineasta, refere a Vida Nueva, entende que, nos últimos anos, pouco resta do Jorge Mario Bergoglio que chegou ao pontificado e que ele procurou retratar no filme: um “homem valente” por quem tinha “grande respeito”.
São dois os aspetos referidos para justificar a impressão de Wenders: “Já não resta muita energia com a qual o Papa Francisco propôs fazer desta Igreja uma Igreja para os pobres”, e, por outro lado, a “tristeza” que lhe trouxe o facto de o Vaticano negar a bênção dos casamentos homossexuais. “Isso já não se parece com o homem que disse: ‘Quem sou eu para julgar?'”, acrescentou.
Perante um Papa que ele vê como esgotado na sua luta, o cineasta prevê que será preciso o novo papa e ainda o seguinte para concretizar as ideias de Francisco.