Nomeação neste dia 4, após um ano de espera

Armando Esteves Domingues é o novo bispo de Angra

| 3 Nov 2022

Armando Domingues. Foto © Agência Ecclesia.

O actual bispo auxiliar do Porto, Armando Esteves Domingues, será nomeado oficialmente esta sexta-feira, 4 (ou sábado, 5) como o novo titular da diocese de Angra, vaga há mais de um ano – soube o 7MARGENS junto de várias fontes eclesiásticas. O nome de Armando Domingues apareceu nos últimos meses como um dos que sairia do Porto para uma das três dioceses vagas (Angra, Bragança e Setúbal) mas, como o 7MARGENS adiantava há um mês e meio, era dado como mais provável para a diocese sadina.

Novos bispos para Angra, Bragança e Setúbal estão para breve

 

Com esta nomeação, é Angra que “recebe um belo bispo”, comenta o padre Amaro Gonçalo, pároco da Senhora da Hora (Matosinhos), que tem trabalhado com o novo bispo em várias circunstâncias e tarefas da diocese do Porto. Em declarações ao 7MARGENS, este padre destaca características pessoais do novo titular de Angra como a afabilidade, a discrição, a “delicadeza, a genuína preocupação por aqueles com quem vive, reza e trabalha”.

“Nunca nos liga para pedir trabalho, opinião ou alguma comunicação, sem primeiro saber ‘como estás, como te sentes, como vai a tua vida, a tua saúde’.” Uma atitude que manifesta uma “preocupação autêntica pelos outros, ou melhor, pelo outro que tem diante de si”.

Nascido em Oleiros em 1957 (tem 65 anos), Armando Domingues foi ordenado padre na diocese de Viseu em 1982, tendo aí desempenhado o cargo de vigário-geral. Foi nomeado bispo no final de 2018.

A nomeação de Armando Domingues põe fim a uma situação de vacância, facto que era aguardado pelo clero e leigos mais activos nos Açores, Bragança e Setúbal. Mas a expectativa de que o 7MARGENS já deu conta em Setembro, de que as nomeações estariam para breve apenas se confirma, para já, para Angra, que ficou sem bispo há mais de um ano – desde 21 de Setembro do ano passado, precisamente, quando o anterior bispo, João Lavrador, foi para Viana do Castelo.

Na calha, para Bragança, estará o ainda bispo auxiliar de Braga, Nuno Almeida – o novo arcebispo de Braga já “conseguiu” a nomeação de um auxiliar, Delfim Gomes, que com ele trabalhou na diocese brigantina.

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Já Setúbal permanece ainda uma incógnita: o actual bispo do Funchal, Nuno Brás, não desdenharia voltar ao continente. Mas, a acontecer, a sua ambição estaria um pouco mais a norte, de modo a substituir o cardeal Clemente como patriarca – que, no máximo, daqui a um ano, depois da Jornada Mundial da Juventude, também deverá ser substituído.

Em Setúbal, Nuno Brás tem alguns apoios, sobretudo de uma parte do clero ligado ao movimento Comunhão e Libertação, de pendor mais conservador. O actual bispo do Funchal tem alguma proximidade para com aquele movimento, que outros padres vêem como um factor de divisão e não de unidade.

O problema é que o xadrez que se avizinha não é fácil de gerir: além destas três dioceses, será preciso encontrar o novo patriarca de Lisboa, novos bispos auxiliares para Lisboa e Porto, e novos bispos em outras dioceses que, nos próximos dois ou três anos, ficarão vazias, tendo em conta que os seus titulares atingem os 75 anos. E também não tem sido fácil encontrar padres disponíveis para serem bispos: a nível mundial, há mais de 20% de recusas, e em Portugal o 7MARGENS sabe já de quatro casos.

Para já, parece ter ficado de fora o nome do bispo de São Tomé, porque Manuel António Mendes dos Santos teria revelado várias incapacidades de gestão de pessoas e bens. Mas o bispo das Forças Armadas, Rui Valério, continua a ser hipótese.

Sobre Armando Domingues, o padre Amaro Gonçalo refere ainda a perspectiva “sinodal” do novo bispo de Angra, que tem uma visão “sem dogmatismos, sem receitas, mas não sem caminhos novos abertos, processos iniciados, pequenos passos, mas firmes no andar”. E acrescenta: “Ele vê sempre mais longe do que o imediato, e não nos deixa enterrados nos apegos do passado, nos bloqueios do presente ou nas ilusões prometeicas do futuro. Aprecio muito o seu jeito de escutar a todos, de procurar, devagarinho, um caminho com todos, disponível para deixar cair a sua ideia e avançar por onde o sopro do Espírito nos conduz.”

Pessoa culta, ligada à espiritualidade universalista do movimento dos Focolares, Armando Domingues tem “todo o potencial para vir a ser um excelente bispo”. Vê-se que lê, que “está em contacto com bons autores”, que vê mais longe do que o imediato. E o padre Gonçalo cita Miguel Torga: “em qualquer aventura o que importa é partir, não é chegar”.

 

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