Economia, Reforma e Contra-Reforma
O mercado e o templo (20/fim): E a rotura do “ora et labora” gerou dois individualismos
Em poucas décadas, Reforma e Contra Reforma acabaram com o terreno ético conquistado pelos mercadores entre os séculos XIV e XVI. O século XVII foi mais “religioso” que o século XIV, mas talvez menos “cristão”. E, depois da amizade entre frades e mercadores, entre clérigos e empresários, ressurgiu um afastamento suspeito.
O mercado e o templo (19): E, com a dor das mulheres, o mercado tornou-se divino
A Contra Reforma foi um tempo determinante também para a cultura económica e social da Itália e da Europa meridional. Nos conventos, as monjas eram reclusas vítimas de penitências extremas, protagonizando um imenso mercado da dor e do sofrimento. Para a Igreja e a sociedade, aquelas vidas, trancadas mas “produtivas”, tinham valor.
O mercado e o templo (18): Mas nem todos os possíveis “nós” são boa comunhão
A vida social e económica dos mosteiros femininos, entre a Idade Média e a Modernidade tornou-se rica pelo abençoado ora et labora, pecados coletivos e “alegres” desobediências. A clausura foi quer um “fechar dentro” as mulheres, quer um “fechar fora” as ingerências masculinas.
O mercado e o templo (17): O mercado das mulheres-doadas entre herança e preço social
O sistema do dote como exclusão das mulheres da herança foi estabelecido pelos estatutos citadinos italianos já no século XIII e evoluiu com o crescimento da classe mercantil. O estigma negativo sobre o celibato feminino levou, de forma gradual, ao nascimento de novos Montepios e entidades de crédito e de beneficência.