
Cristina Inogés Sanz. Foto © António Marujo/7Margens
Pode um monge ter muitas mulheres na sua vida? O livro A Sinfonia Feminina (Incompleta) de Thomas Merton, da autoria da teóloga espanhola Cristina Inogés Sanz, colaboradora do 7MARGENS, acaba de ser publicado pela Paulinas Editora e será neste domingo apresentado na Feira do Livro de Lisboa (Praça Amarela, 19h), com a presença da autora.
O livro, o primeiro de Cristina Inogés publicado em português, faz um percurso pela vida e pela espiritualidade de Thomas Merton e do modo como elas foram influenciadas pelas várias mulheres que cruzaram a vida daquele que é um dos maiores místicos do século XX. Um “buscador-trovador de Deus que vive uma profunda espiritualidade centrada no silêncio interior e na contemplação”, como a autora o define. E “que propõe ambas as práticas como lugar privilegiado para as experiências religiosas, incluindo com outras religiões, no diálogo buscado e sincero”.

Entre as mulheres que o livro refere, e segundo o resumo feito por Cristina Inogés, estão desde logo a mãe de Thomas e as outras mulheres da sua família; as que ele “conheceu, no mais amplo sentido do termo, durante a sua tresloucada juventude”; a mãe do seu filho e as que viriam a integrar o seu círculo de amigos. Depois, houve ainda aquelas com quem ele se correspondia – com as quais trocava ideias, alargando os seus modos de ver ou aprofundando os seus. E, finalmente, M – como ele a chamava – “o amor da sua vida, sendo já monge”.
O tema das mulheres na vida de Merton, escreve ainda Cristina Inogés, tem sido obscurecido por outros temas da sua espiritualidade e produção literária e teológica. Parece um assunto difícil de se evitar, mas que se dispensa assim que surge uma oportunidade. No entanto, “a história da Igreja está pontilhada por casais que muito contribuíram para ela”. Tudo o que é preciso, acrescenta a autora, “é um olhar limpo e uma língua contida quando as circunstâncias são desconhecidas”.
A sessão de apresentação do livro contará com intervenções de Paulo Ramos, tradutor da obra, e do padre Alexandre Palma, professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa. Depois da sessão, a autora ficará disponível para uma sessão de autógrafos.