
A ChinaAid está particularmente preocupada com a população idosa, que não tem acesso à tecnologia ou não possui conhecimentos para utilizá-la, ficando assim impedida de inscrever-se nos serviços religiosos e ainda mais isolada. Foto © ACN.
Chama-se Smart Religion, é uma aplicação desenvolvida pela Comissão de Assuntos Étnicos e Religiosos da província de Henan (China), e passou a ser obrigatório usá-la para poder participar em celebrações religiosas naquela região. A ONG cristã ChinaAid, com sede nos Estados Unidos da América, denunciou esta semana a situação e alerta para o facto de este ser mais um passo no cerceamento da liberdade religiosa no país.
Com o lançamento desta aplicação em Henan, província no centro leste da China que tem uma das maiores populações cristãs do país (até 6%), só fica autorizado a entrar em igrejas, mesquitas, ou templos budistas, quem efetue o registo prévio através da mesma e mostre, à entrada, o código de reserva gerado. Aqueles que estejam registados devem, ainda, sujeitar-se à medição da temperatura corporal, o que sugere que a implementação desta aplicação pode estar relacionada com as tentativas de contenção da covid-19.
De acordo com a ChinaAid, os utilizadores da aplicação são obrigados a preencher informações pessoais, incluindo nome, número de telefone, número de identificação do governo, residência permanente, ocupação e data de nascimento antes de fazer a sua reserva. A organização receia, por isso, que esta medida faça parte “dos esforços do governo comunista para gerir a religião” e “atingir propósitos políticos”, tendo-se manifestado particularmente preocupada com a população idosa, que não tem acesso à tecnologia ou não possui conhecimentos para utilizá-la, ficando assim impedida de inscrever-se nos serviços religiosos e ainda mais isolada.